Você com certeza já se deparou com dois termos gringos pela internet que prometem abalar, senão derrubar, o grande império dos shampoos e cremes extravagantes da indústria dos cosméticos. Afinal, que diabos é “low poo” e “no poo”? Conversamos com especialistas e adeptos da técnica para desvendar essa brincadeira com dicas fáceis e práticas, sem estresse. Vem com a gente!

Low poo para iniciantes

Para começar, é preciso desconstruir um velho mito que nos acompanha debaixo da água do chuveiro: espuma não é sinônimo de limpeza, ok, pessoal? Dito isso, vamos lá. Low poo significa, em tradução literal, pouco shampoo – mas atenção, estamos falando de fórmula química, não quantidade. São misturas mais leves e saudáveis para os fios e o couro cabeludo, resultando em pouca espuma na hora da lavagem. Tudo bem, porque isso nem chega a ser um problema.

Muita espuma? Mau sinal!

O grande lance dessa técnica é desencanar dos agentes detergentes que promovem uma limpeza muito agressiva, derivados dos sulfatos. Eles estão em boa parte dos shampoos comuns vendidos em supermercados e farmácias, basta procurar por Sodium Lauril Sulfate(SLS) e Sodium Lauril Ether Sufate (SLES) nas letras pequenininhas das embalagens.

“O shampoo tradicional, que contém esses sulfatos, retira toda sujeira e oleosidade do cabelo. Ao contrário do que se pensa, a oleosidade natural é benéfica, principalmente para os cabelos cacheados. Sem contar que essa retirada constante cria o chamado efeito rebote, e o organismo libera ainda mais oleosidade. Com a retirada desses químicos, o ciclo se normaliza, os cabelos suavizam e ficam menos ressecados”, explica Oswaldo Lopes, haistylist do Monde K SPA Urbano.

O low poo, portanto, conta com surfactantes mais leves, que não agridem tanto a natureza dos fios. É claro que todas as mulheres podem aproveitar as vantagens dessa técnica, mas é nas cacheadas que a transformação pode ser sentida com mais intensidade. Quanto mais agressivo e cheio de químicos é o shampoo, mais ressecado o cabelo fica. A consequência é uma cabeleira com cachos sem forma e sem vida, tomados pelo frizz.

Ah, dica para facilitar a vida! A sorte é que há no mercado opções para low poo, sem custos abusivos, e você pode acessar uma lista bem bonitinha aqui, no Cachos e Fatos.

Jennifer Noronha começou no “no poo” logo de cara: “amo meu cabelo cacheado”

Próximo passo? Tchau, shampoo

Se no low a gente falou de misturas mais leves, com pouca espuma, o no poo é um passo além: nada, nadinha de shampoo, para a alegria de umas e desespero de outras. Como assim? Nunca mais lavar o cabelo? Ficar suja para sempre? Nada disso. De acordo com Oswaldo Lopes, a diferença é que essa limpeza é realizada com cremes livres de todo e qualquer sulfato, petrolatos e silicones insolúveis.

Nesse caso, os vilões podem ser substituídos por cocoamidopropil, um espumante natural que faz a limpeza dos fios. Algumas receitas caseiras na internet também levam bicarbonato de sódio ou vinagre de maçã no lugar dos shampoos.

Jennifer Noronha pode falar com propriedade sobre isso. Ela adotou o no poo desde agosto do ano passado, depois de lutar muito para domar e controlar os cachos. “Por conta do meu cabelo ser cacheado, vivia com creme ou alisava com chapinha. Raramente aparecia com ele natural, porque não gostava do que via. Tinha aspecto pesado, sem vida”, lembra ela. Depois de conhecer a técnica em grupos do Facebook, Jennifer resolveu dar uma chance à vida sem os sulfatos hardcore.

Por falta de tempo, ela acaba pulando os tratamentos muito elaborados, por isso a rotina de cuidados não mudou tanto assim. A diferença é que, agora, Jennifer lê as fórmulas dos produtos com mais cuidado e faz a lavagem tradicional dos fios com vinagre de maçã, no lugar do shampoo, finalizando com um pouco de condicionador e creme para cachos.

“O brilho, o movimento e a força do cabelo foram as principais mudanças que pude observar. Pinto meu cabelo de azul, e o fato de não usar shampoo faz com que a tinta dure um pouco mais, fora que ele não está seco, nem oleoso. Me sinto bem melhor, amo meu cabelo cacheado e as ondas dele. Sou mais livre”, acredita ela.

Para as aventureiras, tem ainda outra brincadeira, o co-wash. Nesse método, o shampoo é substituído por condicionadores sem parafinas, petrolatos e silicones insolúveis, direto na raiz. Se o cabelo ficar um pouco oleoso ou com aspecto pesado, dá para intercalar com aqueles produtos indicados para o low poo. Força, porque o resultado vale a pena!


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Menos shampoo, mais amor: dicas e vantagens do low e no poo para os cabelos

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