O estilista britânico John Galliano denunciou seu antigo advogado, Stéphane Zerbib, por “abuso de confiança grave”, acusando-o de desvio de cerca de 3 milhões de euros (equivalente a US$ 4,3 milhões) nos últimos dois anos, confirmou nesta sexta-feira à Agência Efe seu novo gabinete de defesa.
Galliano, que no próximo dia 12 de maio será informado quando terá de responder perante a Justiça francesa das duas denúncias por injúrias racistas que pesam sobre ele, demitiu Zerbib há semanas e registrou sua denúncia no dia 13 de abril perante o Tribunal de Paris.
Zerbib era responsável pela gestão da empresa criada por Galliano para explorar os direitos de sua imagem e de sua obra frente suas atividades para Christian Dior, marca que trabalhava como diretor artístico.
Segundo a emissora “Europe 1”, quando o estilista retomou o controle direto de suas contas, em fevereiro, e repassou suas operações ao longo de 2010 descobriu supostamente “diversas transferências” efetuadas em benefício de seu advogado sem relação com a atividade econômica de sua sociedade.
“Galliano deveria conservar seu sangue frio na audiência da semana que vem, em vez de buscar denúncias expiatórias”, afirmou nesta sexta-feira à cadeia Zerbib, que segundo seu gabinete de advogados, vai denunciar o estilista por calúnia e difamação.
O caso se une ao que tem pendente por “injúrias públicas contra particulares por sua origem, pertinência ou não pertinência a uma religião, raça ou etnia, proferidas contra três vítimas identificadas” e pelas quais poderia ser condenado até seis meses de prisão e a pagar uma multa de 22,5 mil euros.
No dia 24 de fevereiro, um casal lhe denunciou por insultos antissemitas e racistas no terraço do bar La Perle, no bairro Marais, e pouco depois outra mulher o denunciou alegando ter sido agredida de maneira similar em outubro do ano passado nesse mesmo bar da capital, próximo ao domicílio do britânico.
A marca Christian Dior, que em um princípio suspendeu Galliano de suas funções como diretor artístico, iniciou os trâmites de sua demissão assim que o jornal britânico “The Sun” divulgasse um vídeo no qual o estilista, totalmente alcoolizado, dizia “adorar Hitler” e elogiava suas práticas nazistas.
Um mês e meio depois Galliano, de 50 anos, foi demitido também da marca que leva seu nome e é controlada 91% por Christian Dior. EFE