O Governo francês recomendou nesta sexta-feira (23) que todas as mulheres que têm silicone da marca PIP retirem suas próteses mamárias a título “preventivo e sem caráter de urgência”, ainda que os implantes não mostram sinais de deterioração.

Na França, a imprensa calcula que cerca de 30 mil mulheres utilizem próteses Poly Implants Protheses (PIP), ou seja, 10% das 300 mil pessoas que têm esse tipo de implante no mundo.

Por sua parte, o Instituto Nacional do Câncer entregou um informe ao Governo no qual diz que tais implantes não aumentam o risco de câncer em comparação com outras próteses.

O Executivo francês tomou essa decisão, sem precedentes na história da cirurgia plástica, porque algumas próteses contêm silicone industrial de uso não médico, o que aumenta o risco de uma ruptura.

O ministro da Saúde, Xavier Bertrand, quer que seja proposto às mulheres “a extração das próteses, mesmo sem haver um sinal clínico de deterioração”, assinalou em comunicado.

As autoridades sanitárias tomaram essa decisão após suspeitar que essas próteses tenham causado a morte de pelo menos uma mulher.

A medida foi tomada uma semana depois que o diretor-geral da Saúde francesa, Jean-Yves Grall, revelou que oito casos de câncer em pacientes com PIP foram detectados, sem estabelecer uma relação.

Após ter recebido em novembro dois mil processos, a Promotoria de Marselha abriu uma investigação por “lesões e homicídio involuntário” sobre tais implantes, cerca de um ano e oito meses depois de as autoridades francesas terem retirado esse gel do mercado e pedido a suas portadoras que fizessem uma revisão médica.


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França recomenda que 30 mil mulheres retirem silicone por "precaução"

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