Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata pelo Partido dos Trabalhadores à eleição presidencial em 2010, apareceu em público pela primeira vez nesta segunda-feira (21) sem a peruca que utilizava desde o início do tratamento contra um tumor no braço. A ministra esteve na cerimônia de entrega do Prêmio Direitos Humanos 2009, em Brasília, evento que ocorreu junto com o lançamento do 3° Programa Nacional de Direitos Humanos.
Além do cabelo curto, Dilma chamou a atenção ao se emocionar, ainda no início da cerimônia, com a entrega do prêmio a Inês Etienne Romeu, amiga desde o período do governo militar. A ministra se emocionou durante a cerimônia e disse que “é sempre doloroso lembrar de todos que foram para a cadeira e de todos que foram de uma forma de outra barbaramente torturados. Muitas vezes tiraram dessa pessoas a dignidade e muitas vezes a vida”.
Presente no evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em seu discurso que “vocês não perceberam que a Dilma está de cabelo novo, é o cabelo normal dela, que voltou a se apresentar em público. Acho que foi uma homenagem a Inês, porque eu estou pedindo pra Dilma tirar peruca já faz um mês e ela não tirava”.
Outro que comentou sobre o assunto de Dilma foi José Alencar, vice-presidente, que ainda lembrou também ter perdido parte dos fios ao realizar quimioterapia contra um tumor no abdômen, contra o qual luta há doze anos.
“Eu também perdi o cabelo, mas agora está nascendo. Eu estou meio calvo ainda, mas está nascendo. Agora, está bonito o cabelo dela. Está moderno”, brincou Alencar antes de comentar o futuro político da colega. “Há uma característica na pessoa da ministra Dilma que deve ser observada: ela é uma mulher brava e nós precisamos sempre que à frente do governo esteja alguém com determinação, com seriedade, com competência. A Dilma possui tudo isso. Não é por acaso que o presidente Lula a escolheu como sua indicada”.
Alencar, que passará por nova sessão de quimioterapia ainda nesta semana, revelou que, se continuar se recuperando bem e o câncer regredir, pode até mesmo disputar a eleição para o Senado em 2010, explicando que “alguns médicos já falam para eu colocar o verbo no passado. Eles dizem que havia um câncer no Zé Alencar. Tudo indica que não há mais. Então, se Deus me curar, se ficar constatado, e eu tiver condições de exercer o mandato, então eu aceito disputar democraticamente”.