A camada espanhola e as peles, junto da alfaiataria e dos tecidos masculinos foram as principais e confortáveis propostas para o próximo outono-inverno nas coleções que atravessaram a passarela desta sexta-feira, primeiro dia da Mercedes-Benz Fashion Week de Madri.

A alfaiataria foi o epicentro da coleção que Etxeberría criou para o outono-inverno 2014-2015. “Minha intenção é fazer em cada peça um desenvolvimento que vá além da alfaiataria clássica”, explicou hoje a Agência Efe Estilo o criador espanhol que estreou sozinho na passarela madrilena.

Após vários anos pesquisando patrões da vestimenta popular espanhola e do período de entreguerras, Etxeberría se aferrou aos princípios básicos e a essência pura da alfaiataria masculina.

Seu objetivo é fazer roupas que não saiam de moda, além de experimentar na moda masculina. “A moda de homem não evoluiu desde o século XIX, minhas novas propostas são uma modesta homenagem à alfaiataria tradicional”, contou.

Como em edições anteriores, os materiais continuam sendo a base principal da coleção. Napa, astracã, pônei e cabra são algumas das peles escolhidas para confeccionar casacos e calças masculinas, materiais que se misturaram em perfeita harmonia com lãs, feltros, riscas e pied de poule.

“Preferi não mexer com muitas peles exóticas, somente píton e avestruz, que trabalhei para criar um casaco”, disse o estilista, que preferiu peças mais ajustadas.

Com o olhar nos clubes de fumantes dos anos 20 e na alfaiataria napolitana da década de 50, Etxeberría exibiu prendas vistosas entalhadas em cinturas e joelhos e camadas com um halo romântico, acompanhadas de soberbas botas e sapatos com selo Valverde do Caminho.

Os mosaicos como expressão abstrata foram o ponto de partida da coleção de Devota& Lomba. “Antes de tudo são peças que partem do ofício artesanal”, disse Modesto Lomba antes de começar o desfile.

Ao longo 30 entradas na passarela, Lomba exibiu peças com volumes modernos, muito trabalhados até criar espaços novos dentro dos já existentes. “Quis investigar além do padrão básico e procurei confeccionar roupas com um certo volume sobre ele”.

Com essa teoria, na qual a moda se vê sob o prisma da arquitetura, mostrou uma série de vestidos curtos, camisas, abrigos, calças cigarrete e saias acima dos joelhos com uma pegada de origami. E a estrela da passarela de Devota& Lomba foram as camadas. “Mas a mim gosta chamá-la ‘toquillón'”, contou.

Marrom, azul klein, bege e verde água dão vida a uma série de peças que jogam com os cortes até encontrar novas formas. “Esta coleção não está inspirada em nada concretamente, esta apoiada em minha trajetória, nas 55 coleções anteriores”, assinalou.

Revirando um antigo armarinho madrilenho de 1911, Juan Duyos encontrou uma série de xales grandes de manila, peças que serviram de coluna vertebral de sua coleção, “Número 15”, nomeada assim porque celebra 15 anos no mundo da moda e porque 15 foram os xales grandes de manila que inspiraram a coleção.

Os bordados do xale grande de manila se contrapõem a leveza das sedas em silhuetas que combinam linhas retas com as evasé. Duyos se deleitou com as peles e recupero linhas e símbolos de certa nostalgia, banhadas em uma paleta de cores que transitou do nude até o preto, passando pelo caramelo, o rosa pau e o café.

Pela manhã a grife Amaya Arzuaga apresentou uma coleção onírica de grande beleza, esculpida a base de formosos volumes e inspirada na tradicional camada espanhola, enquanto Roberto Verino preferiu oferecer cálidas camadas e roupas que convidavam ao conforto.

Miguel Palacio optou por vestidos leves e coloridos, com aplicações de florais negros. 


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Camadas, peles e tecidos masculinos são as tendências do inverno espanhol

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