Cachos não têm a ver apenas com forma, curvas, ondas e volume. É um cabelo que evoca identidade, força e, mais do que nunca, aceitação.
Por muito tempo, mulheres com cabelos crespos e cacheados buscaram soluções químicas e agressivas para domar as ondulações dos fios, atendendo a um padrão de beleza que está perdendo significado e importância – ainda bem.
O império dos cabelos lisos pode estar com os dias contados, como aponta um estudo brasileiro conduzido pelo Google BrandLab em São Paulo.
Os resultados mostram que, pela primeira vez, buscas no Google por “cabelo cacheado” superaram o termo “cabelo liso”, apontando para uma transformação social que vai muito além da questão capilar.
No último ano, houve um crescimento de 232% nas buscas por cabelo cacheado; o cabelo afro também acompanha a tendência, com um crescimento de 309% nas buscas nos últimos dois anos.
O estudo reflete o movimento cada vez maior de valorização do cabelo natural, bem como o empoderamento de mulheres negras, que estão retornando à origem dos fios por meio da transição capilar.
A busca pelo procedimento que retoma os cachos, aliás, também teve um crescimento de 55% no Google. Pela primeira vez, estas mulheres têm exemplos e histórias em que se espelhar, sem precisar sentir vergonha por não atenderem a um padrão inalcançável.
Cantoras como Tássia Reis e Karol Conká, e youtubers como Nátaly Nery, do canal Afros e Afins, e Rayza Nicácio fazem parte desse processo e dão força, peso e luz à aceitação da beleza negra, mostrando que a representatividade importa, sim.
Os cachos, afros e crespos voltaram – e para ficar!