A moda não é atual! Calma, ela é inovada a cada dia que passa, no entanto não é recente. O princípio da vestimenta se deu desde a pré-história, quando o homem sentiu a necessidade de se esquentar no frio, e para isso usou peles de animais para se cobrir.

O início, de fato, foi na Europa antiga, quando a prosperidade das cidades italianas refletiu em um aumento do luxo nas cortes. A classe social passou a ser notada pelo visual, e os membros da nobreza usavam vestimentas e adornos que mostravam autoridade, como as anquinhas volumosas e as luxuosas perucas!

A moda evoluiu com os momentos históricos e como um reflexo da sociedade. Com o passar do tempo, esse universo se tornou, além disso, um mercado. Não só como necessidade, mas como diversão e profissão séria, os estilistas passaram a desenvolver na moda um modo de pensar, protestar e as criações viraram obras de arte.

A partir das grandes guerras, o foco se virou para as moças, para o seu modo de se vestir, para seu modo de viver, uma vez que os homens não estavam mais presentes. É nesse período que começa a moda que conhecemos e que acabou virando cíclica. Em 2008 vemos a moda inverno retroceder alguns anos e buscar inspiração nas últimas 6 décadas!

Com o fim da guerra, nos anos 50, o pensamento da sociedade, por conseqüência o estilo das pessoas, começou a mudar. A disponibilidade de materiais proporcionou novas formas, excessos e criou nos jovens, frutos do baby-boom, o desejo de não seguir regras ou a moda criada pelos seus pais. Foi na década de ouro da televisão, que o Rock’n Roll explodiu e Elvis Presley, e seu estilo único, virou um ícone. As meninas já trocavam as saias comportadas pelas calças e cabelos curtos como símbolo de liberdade e rebeldia!

No final da década e durante os anos 60, a geração beat adotou o movimento da contracultura e pacifismo, que teria forte influência na moda.

Começam os anos 70. Margareth Tatcher é a primeira mulher a ocupar o cargo de primeiro-ministro no Reino Unido, o movimento feminista toma força e as meninas queimam os sutiãs e fazem camisetas de protesto! É um duelo de titãs: a moda disco, sexy e cintilante, versus pouco busto, sapatos confortáveis e macacões. A paz e o amor trazem os anticoncepcionais e a camisinha e o movimento hippie chega com as roupas de camurça, bordados, estampas florais, miçangas e maxisaias que tomam conta do guarda roupa dos jovens.

Iniciam-se os anos 80 e a moda se alia à música! Os jovens são influenciados pelos ritmos e batidas do punk e rock progressivo, a moda da rua se opõe à alta costura e os trajes ficam feitichistas, sadomasoquistas, agressivos, revoltados e os looks bem pesados. É “a moda de não seguir a moda”. A streetwear sofre influência de ícones como Madonna. Nesse período, as mulheres invadem o mercado de trabalho e elas passam a optar por roupas mais confortáveis, “fáceis de usar”.

Com a quebra da bolsa de Nova Iorque e a queda do muro de Berlim no fim dos anos 90, estilistas japoneses como Issey Miyake, Yohji Yamamoto e Rei Kawakubo, ainda em ascensão, lutam para sobreviver à crise. Roupas sem excessos e contracultura expressam a estética dos artistas intelectuais e o pretinho básico com sapatos baixos voltam à moda, ao mesmo tempo que a sexta-feira é transformada em casual day. É a onda da silhueta natural e da calça baggy! O comércio está em recessão e vem a onda dos estilos desconstruídos, fibras ecológicamente corretas, reciclagem e um forte movimento contra o uso da pele de animais.

Na década de 90, Maddona (de novo!) e Annie Lennox aparecem com looks andrógenos! Ternos femininos e sapatos bem masculinos. O Oriente, mesmo com as barreiras comerciais, abre as portas para a confecção internacional. O surgimento da internet agiliza a comunicação e a produção hi-tech está dominando! Os estilos femininos voltam com vestidos em alta-costura e bem sofisticados! Chega o século XXI. Os estilistas adotam o escapismo e se voltam para o individualismo, o ecletismo, tratam a moda como espetáculo e os looks ficam inspirados na dança. E viva o Moulin Rouge! Corseletes e decotes avantajados.

Hoje, o fashion é brechó! Seria isso uma tendência à nostalgia dos anos 50? Um desejo de paz e amor dos anos 60? A vontade de ter a força da mulher dos anos 70? O instinto punk dos 80 ou o tecnológico dos 90? Não importa a motivação, o fato é que a moda é usar e abusar do guarda-roupas da vovó!


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A onda do inverno é voltar no tempo!

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