As autoridades sanitárias do Zimbábue atribuíram, neste sábado (11), a transmissão da febre tifóide às notas de dólar americano, moeda adotada pelo país, após um surto que obrigou o fechamento da magistratura da capital Harare. Conforme o jornal estatal Herald, cinco juízes e 20 funcionários foram infectados pela bactéria, e o prédio da justiça, no centro da capital, foi fechado por falta de água.

Em artigo assinado, Timothy Stamps, assessor de Saúde do presidente Robert Mugabe, informou que “desde a introdução do dólar americano, as notas usadas em circulação estão cada dia mais sujas e são consideradas uma via para que a salmonela e outros germes se propaguem com rapidez”.

Zimbábue adotou a moeda americana oficialmente em 2009, após vários anos de inflação descontrolada, que chegou a transformar as notas nacionais em simples papéis. A escassez de reservas de divisas do país obriga a manter as notas em circulação por longos períodos, o que faz com que as mesmas acumulem uma grande quantidade de sujeira.

O surto de febre tifóide no centro de negócios de Harare (CDB), onde se concentram hotéis, lojas, restaurantes e prédios comerciais, ameaça disparar as infecções, que até agora estavam restritas aos subúrbios do oeste da capital, onde 1,5 mil casos foram diagnosticados desde novembro.

“É alarmante e incomum que uma doença medieval e com prevenção chegue a representar um problema de saúde pública nesta época”, denunciou, neste sábado, a Associação dos Advogados do Zimbábue pelos Direitos Humanos, em comunicado.

Nesta semana, o Ministério da Saúde afirmou que espera aumento das infecções e anunciou a reabertura de centros de emergência utilizados durante o surto de cólera há quatro anos que matou mais de 4 mil pessoas no país. Até agora, no entanto, os casos de febre tifóide não causaram mortes no Zimbábue.


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Zimbábue atribui à cédula de dólar contágio pela febre tifóide