Wanessa


Créditos: Thiago Oliveira

Quem?!?! Cantora

NOVO ESTILO
Emílio: Me diz uma coisa. Você veio naquela leva da Sandy…
Wanessa: Do “teen” que estava se lançando na época.
Emílio. Isso, do “teen”. Você foi para o mainstream com o KLB, Ivete Sangalo, esse tipo de gente que vai ao Faustão.
Silveirinha: O “cast” do Criança Esperança.
Emílio: Aí, em um determinado momento, você parou e foi tocar em balada pros “tchola”. Aí eu vi você em Santos, numa balada. Acho que você publicou no seu Twitter.
Wanessa: Isso.
Emílio: Foi quando eu pensei: “pô, a Wanessa está entrando em um nicho onde não tem ninguém. É só música gringa.” E, a partir desse momento, você adentrou nesse segmento e, hoje, está fazendo muito sucesso nesse cenário.
Wanessa: Então, eu fiz o caminho contrário. Saí do mainstream e fui para um outro nicho de mercado. E hoje eu estou tentando trazer esse tipo de mercado para o mainstream.
Emílio: então você quer ir para o mainstrem.
Wanessa: Na verdade, o que acontece: o meu objetivo é trabalhar na rádio hoje, mas o fofo é diferente. Por exemplo, eu não necessito fazer todos os programas de televisão como eu fazia antigamente. Antes eu tinha uma agenda e tinha que ir em todos os programas.
Bola: Você ia no Raul Gil e no diabo a quatro.
Wanessa: Isso. Mas hoje o meu trabalho nem se encaixa mais em certos programas de televisão populares e não funciona em alguns lugares. E isso foi uma opção. Uma opção de realmente buscar uma outra forma de trabalhar esse tipo de música, que funciona melhor na noite. A noite, a rádio e as mídias sociais são as grandes armas do meu trabalho. Não é mais aquele formato mais popular que eu fazia antes. Então, a necessidade que eu tenho de estar em uma capa de revista hoje é nula. O que eu preciso é trabalhar de outra forma. Assim, a minha ideia, na verdade, é trazer essa música para o conhecimento do maior público possível.
Emílio: Fazer com que o seu trabalho apareça. Independente do público.
Wanessa: Exatamente.
Emílio: E é o que todo artista faz.

PÚBLICO GLBT
Pior: seu público é “biba teen” de 19 a 23 anos. Vêm caravanas para os seus shows e descem na porta da “The Week”. É babado! E quando acaba o show, elas se dispersam. São muitas “bibinhas novinhas”.
Wanessa: Então, tem um mercado gigante para isso. Por exemplo, eu fiz um show agora em Poços de caldas, que foi durante uma Parada Gay. Mais de 20 mil pessoas nas ruas. E não era só o público GLBT, tinha simpatizantes, famílias.
Emílio: Exato, é um segmento.
Wanessa: É uma escolha, um caminho novo. E, com certeza, o caminho onde estou.
Emílio: Agora, me diga outra coisa. Você ia fazer a Parada Gay de São Paulo, mas aí parece que ficaram com medo e você não fez seu show.
Wanessa: A prefeitura embargou. Porque, na verdade, eles não tinham uma estrutura para poder cuidar de 500 mil a 2 milhões de pessoas. Porque a Parada espalha o público e o show iria concentrar essas pessoas em um só lugar e eles não tinham vazão para saídas de emergência, para policiamento e para tudo isso. Então, o show foi cancelado quatro dias antes. E eu já tinha montado o show inteiro.
Amanda: Você chorou?
Wanessa: Não, mas foi um balde de água fria, viu.

VIDA DE ARTISTA
Emílio: Teve um momento em sua carreira que você virou muito mais “notícia” do que “cantora”. Lembra que saía você com Dado Dollabella, essas coisas?
Wanessa: Precisava lembrar disso?
Emília: Mas você lembra que seu nome sempre aparecia na TV Fama?
Wanessa; Mas nisso tudo a culpa é minha, né. Porque em um momento eu deixei a minha vida pessoal se sobressair sobre qualquer trabalho que eu realizava. Se eu quiser, hoje, ter aquela atenção de novo, eu vou começar a dar um monte de declaração polêmica.
Bola: É só você começar a “causar”.
Wanessa: Isso! E todo mundo sabe como causar e virar notícia.
Bola: É facinho.
Emílio: Mas nessa sua fase, você fazia isso de uma forma pensada ou porque você era jovem e queria se divertir?
Wanessa: Não. Na verdade, eu sempre tive uma grande naturalidade para lidar com tudo isso, essa coisa das pessoas buscarem informações e quererem saber da sua vida. E, em muitas vezes, eu pequei por não saber dizer “não”. E muitas vezes eu, por ser muito teimosa, queria viver minha vida, queria ter 17, 18 anos e não tinha a mesma cabeça que eu tenho agora. Eu pensava “meu trabalho é uma diversão, mas também quero ir para a balada com as minhas amigas, conhecer um menino bacana e ficar.” Ou seja, eu não tinha a ideia que eu tenho hoje de manter a minha imagem, porque sirvo de exemplo para as pessoas e ouras coisas. Eu sempre quis viver o que eu estava vivendo. E eu não sinto nenhum arrependimento. Fui uma adolescente de 17 anos, levei meus tombos, me enganei com as pessoas, dei com a cara na parede…
Emílio/Bola: Uma vida normal.
Wanessa: É, uma vida normal.


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