O preço das passagens de ônibus serão reduzidos em R$ 0,10 em quatro capitais do Brasil, de acordo com anúncios feitos nesta terça-feira (18), um dia depois da realização de diversos protestos em todo o país.
Em Recife, João Pessoa e Cuiabá o decréscimo do valor acontecerá a partir do PIS/Pasep e Cofins serem zerados. A medida é embasada na Medida Provisória 617, de 31 de maio de 2013.
“O objetivo (da redução da tarifa) é permitir o diálogo. Sabemos que a agenda está em construção no debate nas ruas. Existe uma insatisfação em todo Brasil”, disse o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Em Porto Alegre, a prefeitura irá isentar o serviço de transporte de ônibus do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). “Acho que nenhum vereador se oporá à proposta, por isso a redução poderá ser oficializada rapidamente”, afirmou o prefeito José Fortunati.
Outra cidades que terão redução do valor da passagem são Montes Claros, no interior de Minas Gerais, e Blumenau, em Santa Catarina.
Desde a semana passada, manifestações acontecem em diversas cidades, inicialmente devido ao custo da passagem, mas também pela melhoria do transporte público, direito de protestar e aumento de investimentos em políticas sociais.
Alguns dos atos aconteceram antes de jogos da Copa das Confederações, em Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Os manifestantes voltaram nesta terça-feira às ruas em São Paulo e São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, e na próxima quinta-feira estão previstas passeatas em várias cidades, como no próprio Rio, Recife e João Pessoa.
Também hoje o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que inicialmente tinha manifestado a impossibilidade de reduzir as passagens na maior cidade do Brasil, assegurou posteriormente que revisará os números para buscar alternativas.
Os anúncios das autoridades coincidem com a divulgação de uma pesquisa do Ibope que aponta que 94% dos brasileiros consideram que as manifestações são legítimas.
A pesquisa, realizada por meio de consultas a internautas, mostra ainda que 72% da população respalda os protestos e 60% considera que as manifestações prosseguirão até que os preços das passagens sejam reduzidos.