Valesca Popozuda
Créditos: Ag News
“Esta Valesca faz um “desfavor” ao divulgar uma imagem tão vulgar das já tão discriminadas mulheres brasileiras”. “Quando a gente pensa que já se viu de tudo nessa vida, aparece uma coisa dessas. Como uma mulher dessas se considera uma artista?”. “Cruzes! Falar de sexo com o seu parceiro ou num grupo de amigos é uma coisa, agora em forma de letra de musica…” Após publicarmos a música “Mama”, lançada por Valesca Popozuda em parceria com MR. Catra, foram essas algumas das opiniões que recebemos de nossos leitores.
Na contramão de tudo isso, em entrevista ao Virgula Inacreditável, Valesca comemora a repercussão da música, que acredita ser uma crítica social. “Polêmica faz parte do funk e se todos estão ouvindo é sinal de que está indo bem”, disse.
Além de não temer o opinião da sociedade, a cantora não descarta novas parcerias musicais, com a formada com o amigo Catra, a quem ela se refere como “um ícone da sacanagem no funk”. “Gostaria de uma parceria com o Roberto Carlos e também sou fã de vários artistas como Ivete Sangalo, Madonna e outros”, sonha.
Ao que tudo indica, para Valesca, a letra de conteúdo extremamente explicito – citando sexo oral e relacionamento com um homem casado – não tem nada demais, assim como a fama atribuída à sua boa forma física, que ela diz “adorar”.
Quando perguntada sobre a falta de filtros que a internet (principal meio de divulgação de seu trabalho) proporciona, Valesca alega que isso não é um problema seu. “Controlar o conteúdo da internet não é minha responsabilidade, tem coisa muito pior por aí… Cabe a nós, que somos pais e mães, ficarmos de olho”.
Leia a entrevista na íntegra abaixo:
– Muitos atribuem a sua fama a seu corpo sarado, principalmente ao seu popozão (que leva referência em seu nome artístico). O que você pensa disso?
Adoro!!! Aqui no Brasil existe um ritmo e para levar meu pão de cada dia eu apenas danço conforme o FunkSambaNejoBundaAxé!!!!!
– Como tem sido a repercussão da música?
Boa! Todos estão escutando! Sinal que está indo bem! (risos).
– Como surgiu a ideia da música “Mama”? Foi inspirada em algum fato em especial ou alguém?
A ideia veio de Amanda namorada do artista Mag. Que por odiar a postura dos grupos de pagode – que desde seu surgimento na década de 1990 vêm alienando milhões de brasileiros – pediu para o artista realizar um brincadeira em relação ao gênero. Depois de perceber que o Brasil idolatrou o hit “Vai tomar no cu“, inclusive, levando formadores de opinião a discutirem o tema, Mag decidiu fazer o mesmo e ver se a fórmula funcionaria também.
Após meu empresário Pardal conhecer Mag, e saber um pouco da sua história e suas revoltas em relação à sociedade hipócrita e suas marionetes, decidiram juntos abusar da democracia que sempre foi liberada a todas as emissoras de TV sem retaliações e desfrutar desse banquete de demagogia.
Pardal pediu autorização para realizar algumas modificações na letra e alfinetar a sociedade.
Diferente do que muitos imaginam, eu adoro boa música e nunca tive oportunidade de mostrar a que vim, pois sempre que tentei me colocar de forma diferente e normal para a sociedade nunca fui retribuída.
– Como o Mr. Catra surgiu no projeto?
Ele no funk é um ícone na “sacanagem”. Somos amigos, a ideia surgiu e ele aceitou o convite. Não haveria um representante melhor para alfinetar os intelectuais do que um cara como o Catra que, além de músico, realiza um trabalho lindo com o seu grupo “Sagrada Família”, com temas religiosos e de consciência, que a mídia nunca teve interesse em divulgar. Com certeza ele está engasgado há muito tempo, por ter que oferecer ao país o que país quer ouvir e não a sua essência real.
– Você afirma em seu Twitter que a música é recomendada para maiores de 18 anos, mas a internet (principal meio de distribuição) acaba sendo um canal sem filtros. Como você acha que isso pode repercutir?
Controlar o conteúdo da internet não é minha responsabilidade, tem coisa muito pior por aí… Cabe a nós, que somos pais e mães, ficarmos de olho.
– Logo no início da música você diz que não quer mais causar polêmica, mas causou ainda mais. Fale um pouco sobre isso.
Polêmica faz parte do funk.Sempre é bom uma jogadinha de marketing. É bom entenderem que também conheço Marketing Viral e que o Mr. Catra é poliglota. Somos inteligentes! (risos).
– Será lançado um disco inteiro com letras assim, bem explicitas, ou foi uma exceção?
Talvez. Por que não? Se isso matar a fome e trazer benefícios para os que amamos, faremos até um filme (risos).
– Você gostaria de fazer parceria com algum outro artista? Quem?
Claro! Sou fã de vários artistas, como Ivete, Madonna, admiro muito cantores. Gostaria de fazer uma parceria com Roberto Carlos.
– Pretende gravar um clip da música “Mama”? Como seria o roteiro?
É surpresa! Mas dá pra imaginar, né? Talvez seja liberado apenas nos canais adultos (risos).