A metade das crianças da África são consideradas “invisíveis” diante das autoridades, por não terem registro de nascimento, denunciou nesta segunda-feira (20) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Em comunicado emitido em Adis-Abeba, na Etiópia, durante a XXI Cúpula da União Africana (UA), foi apresentado relatório que aponta que apenas “44% das crianças da África, menores de cinco anos, têm seu nascimento registrado”.

Segundo o organismo da ONU, “em muitos países africanos, as crianças das regiões rurais, têm menos possibilidades de serem registradas, portanto, são invisíveis perante os governos, ficando fora dos serviços sociais e da proteção legal, cruciais para sua sobrevivência e futuro”.

Sem identidade legal, segundo a Unicef, as crianças podem ter acesso à escola negado, ficam desprotegidos quando a exploração de mão de obra infantil, o recrutamento por guerrilhas, o tráfico de seres humanos, entre outras formas de aliciamento.

De acordo com Unicef, a população infantil do continente deve subir até 130 milhões antes de 2025. Segundo o organismo, na metade deste século, “quase uma em cada três crianças do mundo viverá na África”.

“O maior recurso da África são as crianças”, afirmou o subdiretor executivo do Unicef, Martin Mogwanja.

Segundo o representante do organismo, o primeiro passo para reduzir os crimes contra infância, são garantir que cada criança receba “identidade legal”.

Para a Unicef, esse compromisso implicaria em garantir os direitos “para mais de um bilhão de pessoas na África”.


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Unicef denuncia que 44% das crianças africanas não têm registro de nascimento

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