O escritor italiano Umberto Eco definiu Francisco como “o papa da globalização” e opinou que representa algo “absolutamente novo” na história da Igreja Católica.
“Estou convencido que o papa Francisco está representando um fato absolutamente novo na história da Igreja e, talvez, na história do mundo”, disse Eco em entrevista publicada neste sábado pelo jornal argentino “La Nación”.
“Quando alguns ingenuamente me perguntam se representa uma revolução, eu respondo que as revoluções são avaliadas somente 100 anos depois”, acrescentou.
Como especialista em semiologia, Eco afirmou que Francisco se comunica “melhor que Ratzinger (Bento XVI)” e comentou que “é um homem moderno, é o papa da internet”.
O autor de “O Nome da Rosa”, no entanto, não se surpreende pela escolha de um argentino para o cargo, porque considera impossível que a Igreja possa escapar do fenômeno da globalização e porque os dois papas anteriores também não foram italianos (João Paulo II era polonês e Bento XVI é alemão).
Eco ressaltou ainda que os pequenos gestos do novo papa podem significar muito, como o fato de que tenha dito “buonasera” (boa noite), o que considerou “a ruptura de uma liturgia centenária”.
Umberto Eco, de 82 anos, foi agraciado na sexta-feira passada com a medalha de ouro à cultura italiana na Argentina pela Società Itália Argentina (SIA), em um ato na sede do Ministério das Relações Exteriores da Itália.