Tony Kanaan e Bia Figueiredo
MULHERES NO VOLANTE
 Tony: A Bia guia pra caramba!
 Emílio: Pode ser, mas não chega aos pés de um homem dirigindo. Mulher nunca ganhou nada de direção. Em Hollywood ganhou pela primeira vez no domingo passado.
 Bia: Que horror!
 Emílio: No fundo dela, a Bia sabe que o negócio de mulher é mais um ponto cruz, um crochê, um bolinho de fubá.
 Bia: Eu não sei como é na sua casa, mas o mundo está mudando um pouquinho.
 Emílio: Se eu pego um avião pilotado por uma mulher, fico mais tranqüilo. As mulheres são muito mais cuidadosas.
 Bia: É verdade.
 Carioca: A mulher é mais prudente.
 Emílio: Tanto que o seguro de automóvel para mulheres é mais barato.
 Pior: Mulher não bate, mas adora ralar o carro.
 Bia: Culturalmente, a relação da mulher com o carro é diferente. A mulher começou a dirigir há poucas décadas. Antes, nem de cavalo a mulher podia andar. Aqui no Brasil, por exemplo, a família dá preferência para o menino correr de kart, mas não deixa a menina. Com 14 anos, sai para ensinar o garoto a dirigir, mas a garota só aprende na auto-escola. Então, quando as moças enfrentam o trânsito de SP, estão despreparadas. Mas, hoje em dia, a mulherada já anda bem demais. Na minha casa, o pior motorista é o meu pai.
 CARREIRA
 Emílio: Quando você decidiu seguir a carreira de piloto?
 Bia: Eu sempre gostei de assistir corrida. Na época de ouro do Senna eu achava o máximo. Sempre gostei de aventura.
 Pior: Você não gostava de bambolê?
 Bia: Gostava. De Barbie também.
 Pior: Eu tinha aquela que a gente maquiava. Era tuuuudo.
 Bia: Com uns 6 anos, meu pai me levou no kartódromo de Interlagos e eu me apaixonei.
 Tony: Com quantos anos você começou a correr?
 Bia: Com 8 anos.
 SONHOS
 Emílio: Desde o início você tinha certeza que queria pilotar?
 Bia: Eu sonhava, mas quando você começa encontra muitas dificuldades. Eu tenho 17 anos de carreira e só agora estou chegando na Formula Indy.
 Emílio: Teu pai te deu uma força?
 Bia: na época, meu pai deu risada. Minha mãe quase morreu.
 Emílio: O que eles fazem da vida?
 Bia: Meu pai é psiquiatra e minha mãe é dentista. Meu primeiro treino de kart foi escondido da minha mãe.
