Senta que lá vem história, versão Boys and Girls:

“Era uma vez, em algum lugar da sua imaginação…

Outro mês está prestes a acabar e o ciclo do tempo – imponderável – se renova. O nosso amigo trabalhador brasileiro nota que já é hora de virar a página de seu sempre presente calendário de parede, pendurado ao lado do fogão de casa.

‘Maldição!’, ele exclama enquanto sua alma sucumbe em um poço de frustração e revolta. ‘Não é possível, não pode ser…’

Mas é isso mesmo, trabalhador brasileiro.
Pouco adianta olhar mais atentamente, perplexo, diante da folha. Teu drama só irá aumentar: as únicas datas marcadas em vermelho neste próximo mês são domingos.

Retenha sua dor e conforme-se, amigo!
O próximo mês – tão aguardado mês – será um mês sem feriados… Se tinha algum, caiu num dia ruim.

‘Nããããããããããããããããããããããooooooooooooooooooo!'”

THE END

O grito de desespero do nosso amigo trabalhador brasileiro, bem como ele próprio, são elementos de uma ficção. Mas a situação é bem realista e todo mundo sabe bem como é isso.

A espera pelo próximo feriado é o que dá forças para muita gente enfrentar a rotina, e um longo período sem folgas prolongadas acaba com o humor de qualquer um, não é mesmo?

– Claro!

Quer dizer, quer dizer… Se bem que…
Há outro lado da moeda pelo qual todo mundo também já deve ter passado.

Por mais estranho que isso seja, a verdade é que certos feriados podem até dar saudade da vida cotidiana, tal o tédio da falta do que fazer.

Marcio Almeida, estudante de direito, 21 anos, sabe bem o que é isso – e nesse último feriadão de Páscoa, infelizmente, não foi diferente -: “feriado sempre é bom pra descansar, mas em vários deles eu acabo ficando de saco cheio. Todo mundo viaja, eu não viajo, e aí não sobra nada pra fazer… Só acordar tarde e ver TV!”, lamenta.

Já Rafael Santos, 20 anos, estudante de jornalismo, discorda de qualquer crítica a dias sem aula: “só mesmo maluco pode ficar desanimado num feriado! Mesmo quando chove e todo mundo viaja, caramba; a TV, o computador ou a cama de casa são sempre opções mais prazerosas que as outras coisas chatas do dia-a-dia”.

Rafael, no entanto, tem um motivo especial para amar qualquer feriado: “ah, é que eu sou de Ribeirão Preto e estudo em São Paulo. Sempre conto os dias para que o feriados cheguem e eu sossegue um pouco na minha terrinha, né?”

Rafael se torna meio suspeito para falar do assunto com esse fator “volta pra casa no feriado”.
Já Adriana Loza, 19 anos, aluna de um cursinho pré-vestibular, expõe uma visão meio termo: “olha, o último feriado foi muito bom pra sair um pouco da correria puxada que é a vida em cursinho. Mas já que eu não viajei, também resolvi não me desligar totalmente das minhas atividades normais do ano todo, senão eu ía achar parado demais”.

A moral da história é que criticar um feriado não é uma heresia tão imensa assim – afinal não é todo mundo que se contenta em ficar “enfurnado” em casa. Só que também não foi meramente à toa o desespero do nosso amigo trabalhador brasileiro… Ponham-se no lugar dele!

Claro, ponham-se no lugar dele apenas como suposição…
Porque abril, o próximo mês, tem feriado sim. Dia 21 é dia de Tiradentes e cai numa segunda-feira.

Já vá arrumando alguma coisa pra fazer ou sonhando feliz com o tempo pra relaxar!


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Tédio no feriado. Dá pra aceitar?