Esculturas hiper-realistas da mostra Impermanência, de Giovani Caramello
Todos adoram Ron Mueck, aquele cara das esculturas grandonas, expressivas e hiper-realistas. Fato. Em 20 de novembro, ele chegará à Pinacoteca de São Paulo com uma exposição superbem falada, que fez sucesso no Rio de Janeiro com 200 mil visitantes etc., mas olha só… existe um artista brasileiro de 24 anos que segue os passos do australiano e de quem você ainda vai ouvir falar. O nome dele é Giovani Caramello.
Caramello, de Santo André (SP), está com uma mostra individual em sua cidade natal, intitulada Impermanência e que vai até o próximo dia 30 de outubro. Como Mueck, ele chama atenção pelo detalhismo de suas esculturas.
O rapaz estudou técnicas de diferentes artistas, principalmente de profissionais de cinema. Ele trabalha, principalmente, com resina, fibra de vidro e silicone, desenvolvendo novas técnicas e adaptando materiais.
“Do ponto de vista técnico, acredito que todas as etapas têm suas dificuldades, seja na modelagem, na moldagem, na pintura. Mas, sinceramente, a parte mais difícil é transmitir vida para a escultura, para que no fim ela não seja apenas um boneco. Já vi algumas esculturas tecnicamente perfeitas, com detalhes incríveis, mas sem vida alguma, quase como uma escultura de museu de cera”, disse Caramello, em entrevista ao Virgula Inacreditável.
A exposição Impermanência procura, de acordo com Caramello, provocar uma reflexão sobre a efemeridade da vida. “Podemos ver o sofrimento de um garoto que está se tornando adolescente e passando por uma mudança, a angústia de um momento de ansiedade e o ciclo rápido que é a vida material. A tristeza vira alegria, o sofrimento vira prazer, a vida vira morte e a morte talvez vire vida novamente”.
“O que mais me impressiona é ver algumas pessoas saindo da exposição chorando e me agradecendo por esse momento de reflexão, nem nos meus melhores sonhos eu poderia imaginar que eu conseguiria tocar alguns corações dessa forma”, acrescentou.
SERVIÇO – EXPOSIÇÃO IMPERMANÊNCIA, DE GIOVANI CARAMELLO
Quando: De segunda a sexta, das 8h30 às 16h, sábados das 9h às 14h30 – até o dia 30 de outubro
Onde: Museu de Santo André – Rua Senador Flaquer, 470, Centro – Santo André
Quanto: Entrada gratuita