Uma sucuri de oito anos do Aquário de New England, em Boston, concebeu duas cobras através de um raro método que dispensa a ajuda de um macho. Chamado de partenogênese, até então apenas um caso havia sido registrado entre sucuris verdes.
“É animador em termos de reprodução, mas também um sucesso porque o mistério foi resolvido”, contou o porta-voz do aquário, Tony LaCasse, ao jornal Boston Globe. A cobra em questão, chamada Anna, teve dois filhotes durante uma exibição apenas com répteis fêmeas, intrigando a equipe.
As crias possuem 60 cm cada e foram encontradas pelos profissionais em Janeiro. Alguns dos filhotes nasceram natimortos, algo comum na partenogênese, de acordo com o aquário, enquanto outro morreu dois dias após o nascimento.
O método é mais comum em algumas espécies de plantas e insetos, porém, raro em vertebrados, explicou o aquário em nota.
Para confirmar se a reprodução tinha sido através da partenogênese, a equipe reavaliou as outras cobras para averiguar se todas eram fêmeas. A possibilidade de um implante tardio de embriões também foi descartada, pois Anna nunca foi exposta a uma sucuri macho. A prova de fogo foi o teste de DNA: apesar de nem toda partenogênese resultar em filhotes com o mesmo material genético da mãe, esse foi o caso de Anna e suas duas cobrinhas, que são seus ‘clones’, segundo LeCasse.
O aquário ainda não tem previsão para colocar os filhotes na exibição: “eles estão sendo cuidados nos bastidores”, afirmou em nota. Porém, já adiantou que é possível perceber personalidades bem distintas entre os dois: “o menor é mais tranquilo, enquanto o maior é mais apto a explorar e checar o ambiente, farejando ao redor com sua língua”, descreveu.