Soninha Francine

Emílio: Jornalista, apresentadora de Tv, ex-VJ da MTV e subprefeita da Lapa. Recentemente, resolveu atender aos nossos pedidos e saiu na seção “Mulheres que Amamos”, da revista Playboy.
Bola: Foi só uma esmolinha, uma migalha.
Emílio: Rendeu muitos comentários esta sua “saída” na Playboy?
Soninha: Claro que sim.
Emílio: Você fez já pensando neste “falatório”?
Soninha: Eu previa isso. Mas o que me surpreendeu foi a repercussão do caso entre os meus rivais políticos. Até da turma que já esteve do meu lado. O pessoal mais conservador, eu já esperava a crítica.
Bola: Você já sabia que você iria causar.

POLÍTICA
Soninha: A política sempre me interessou: o grêmio da escola, o centro acadêmico, etc.
Emílio: Como paulistana, você sabe que o grande problema da cidade é o trânsito, além da segurança, é claro.
Bola: Se chover, lascou.
Emílio: Você é jovem e inteligente. Com certeza, ainda assumirá cargos importantes na política. Você acha que SP vai acabar se rendendo ao “pedágio urbano”?
Soninha: Eu acho que não vai ter outro jeito. O pedágio é uma forma de desestimular o uso supérfluo do carro. Se as pessoas se organizarem, planejarem seus horários, arranjarem carona, etc. É preciso também investir no transporte coletivo. Só a tarifa paga nas passagens não banca o sistema. Apesar de todo mundo reclamar, o custo do transporte é muito maior do que o que você paga na passagem. A gente precisa de mais dinheiro.
Emílio: Por que o dinheiro não chega até o transporte? Corrupção?
Soninha: Não. Neste caso o problema maior é o investimento. Tudo é realmente caro neste setor. Bola: E o dinheiro das multas, pedágios, etc?
Soninha: Não é suficiente. Quando o Estado arrecada 60 milhões de reais em multas, por exemplo, não dá pra fazer quase nada. Uma grande obra viária custa muito mais do que isso. Para vocês terem uma idéia: para fazer o canteiro central da Avenida Sumaré, que não teve grandes complicações, gastamos quase 2 milhões de reais. Isso só para trocar o piso da região, a vegetação e a iluminação.

MULHERES NO PODER Silveirinha: Você fala maravilhosamente bem e tem a voz ativa. Mas, na verdade, fica difícil se concentrar no seu discurso diante da sua boquinha “sabor quero mais”. Aí, eu fico imaginando a dificuldade que existe para uma mulher bonita, que se expressa bem, conseguir impor um projeto político. Este meio é muito machista. Qual é a maior dificuldade para uma mulher impor o seu projeto dentro da política?
Soninha: A dificuldade não existe pelo fato de eu ser mulher. Aliás, sempre me fazem esta pergunta. Eu sofro quando as coisas encrencam, quando discuto, crio caso com alguém. Quando está tudo bem, o fato de ser mulher não influencia em nada, mas quando algo dá errado, isso dá espaço para provocações, baixarias, etc.
Amanda: Você chora quando isso acontece?
Soninha: Eu não ligo, mas é bem constrangedor.
Emílio: A primeira coisa que um político deve aprender é não ouvir o que o opositor está falando.
Amanda: Uma coisa bem Maluf.


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Soninha Francine

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