Você já ouviu falar de cleptomania, o transtorno do impulso que faz com que a pessoa não consiga resistir a roubar objetos, certo? Mas o que fazer quando esse transtorno afeta alguém próximo a você? Como lidar com a situação de ter de pedir suas coisas de volta sem criar um clima chato?

“Desde pequena, quando minha prima ia na minha casa, costumava pegar alguma coisa e guardar em sua bolsa. A primeira vez que reparamos foi uma blusa que eu adorava, mas depois ela ficou um bom tempo sem pegar nada e achamos que era só uma fase. Infelizmente, hoje ela já tem 18 anos e, quando tínhamos achado que o problema era passado, ela pegou uma corrente minha. Agora minha mãe costuma abrir sua bolsa discretamente e tirar o que é meu para devolver ao lugar. É péssimo, fica um clima chato, pois não temos coragem de conversar com meus tios com medo de causar alguma briga. Nós nem sabemos se eles têm noção de que a filha dele é cleptomaníaca. E eu não queria constrangê-la, fora isso ela é uma pessoa super carinhosa, a gente se dá muito bem.”, conta Carolina R., 18

Segundo a psiquiatra coordenadora do Estudo de Cleptomania do Hospital das Clínicas, Dra. Fabiana Chamelet, “o cleptomaníaco tem dificuldade em resistir ao impulso de pegar objetos que são, geralmente, desnecessários para si. Quem sofre deste transtorno costuma ter muita vergonha e culpa e por isso demora a procurar ajuda. Dessa forma, se você percebe que alguém pode ser cleptomaníaco, o ideal é conversar com a pessoa e tentar encaminhá-la ao tratamento, é preciso incentivar o indivíduo a buscar ajuda. Vale a pena primeiro conversar com o próprio cleptomaníaco e sugerir que ele mesmo converse com seus pais.”

A cleptomania atinge 4x mais mulheres que homens e costuma aparecer no final da adolescência e começo da vida adulta. O tratamento recomendado é psiquiátrico e psicoterapeutico, aliado ao uso de medicamentos, como antidepressivos e estabilizadores de humor. “É importante que o cleptomaníaco se trate para controlar seus impulsos, pois, muitas vezes ele pode até parar na cadeia. Segundo estatísticas do centro de estudos, 20% dos pacientes com cleptomania passam pela prisão pelo menos uma vez na vida”, alerta a psiquiatra.

Não se esqueça de ser delicado ao abordar esse assunto com alguém que sofre do transtorno, nunca acuse-o, afinal ele não faz isso de propósito e pode se sentir mais transtornado ainda.


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Seu amigo é cleptomaníaco, como agir?

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