Dar aqueles amassos na escada do prédio, o friozinho que dá na barriga quando você fala pra sua mãe que vai para um lugar e acaba indo pra outro, namorar escondido, comer chocolate quando você não pode, ter um amante. Será mesmo que tudo o que é proibido é mais gostoso?
A energia que se tem quando você faz alguma coisa, que por algum motivo tem que ser escondido, é indescritível. A sensação de ter várias borboletas duelando em sua barriga faz com que tudo se torne tão prazeroso que muitas vezes você esquece que alguém pode te pegar no flagra.
E são essas sensações que fazem você acreditar que tudo que você esconde é mais gostoso. A psicóloga do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, Dra. Mariângela Savóia, disse que não há nenhum dado específico sobre esses sintomas, mas que o fazer escondido desperta uma adrenalina muito forte.
Os jovens têm esse desejo pela busca de novidades e nessa de querer conhecer o novo, ele acaba fazendo escondido os que os pais reprimem, como beber antes dos dezoito anos, usar drogas e até namorar aquela pessoa que os pais não aprovam de jeito nenhum, conta.
A estudante de jornalismo, Maria Clara, de 21 anos, já teve essa experiência: era apaixonada por um cara dez anos mais velho quando eu tinha 16 anos. Além de não poder contar pra minha mãe, porque eu tinha certeza que ela me reprimiria, ele ainda era casado. Era raro a gente sair junto, mas a gente sempre dava um jeito de se ver e matar o nosso desejo. Foi muito bom enquanto durou, o prazer da aventura era fascinante, diz.
Já a empresária Carolina, de 32 anos, viu tudo se acabar quando perdeu a adrenalina. Era casada e tinha um amante que me deixava louca. Meu marido descobriu a traição e a gente se separou. Perdi todo o tesão que tinha pelo meu amante, nunca mais quis procurar ele.
Fazer algo escondido tem aquele prazer momentâneo, mas não podemos nos esquecer do depois. Ser pego no flagra pelos seus pais ou por alguém influente pode acabar com a sua moral e com a confiança que os outros têm em você. Não deixe de se aventurar, pois ter a adrenalina à flor da pele é indescritível, mas faça com segurança. Não dá pra pular no abismo sem pára-quedas, né?