O rio Ganges recebe diariamente 2,9 bilhões de litros em resíduos, muito acima da capacidade das plantas de purificação de água de suas margens, reconheceu o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh.
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O premiê presidiu nesta terça-feira (17) a terceira reunião do organismo encarregado da limpeza no Ganges (NGRBA). A reunião foi impulsionada pela greve de fome do ativista e antigo professor G.D. Agarwal, de 80 anos, em março, para protestar pela falta de compromisso do Governo com a conservação do Ganges.
No evento, Singh ressaltou a falta de passos urgentes para salvar o rio, considerado sagrado por milhões de hindus, segundo a agência indiana “Ians“. “O tempo não está do nosso lado”, afirmou.
A bacia do Ganges proporciona água, direta ou indiretamente, a 40% da população da Índia, alimenta o ecossistema em um terço das terras do país e serve de sustento para uma em cada 12 pessoas do mundo. É também um dos eixos de peregrinação dos hindus.
No entanto, as infraestruturas de limpeza do rio são precárias, pois só têm capacidade de tratar 1,1 bilhão de litros de resíduos ao dia, disse Singh. Além dos dejetos jogados no Ganges, o ministro citou outros problemas enfrentados pelo rio: a contaminação industrial e a pouca atenção sobre a conservação do ecossistema.
Diversas indústrias de pele se situam na ribeira do rio, despejam resíduos de cromo e outros metais no fluxo do rio. Há ainda a intensa pressão pela construção maciça de barragens em seus afluentes.
“Os resíduos industriais são motivo de preocupação porque são tóxicos e não são biodegradáveis. A maioria deles vem de curtumes, destilarias, e fábricas de papel e açúcar situadas no Ganges”, disse o primeiro-ministro da Índia.