Os restos mortais de João Goulart serão exumados para desvendar se a morte ocorreu por meio da troca de medicamentos que o ex-presidente tomava para problemas no coração, informou nesta terça-feira (09) a Comissão Nacional da Verdade.
Foi realizada uma reunião entre diversos órgãos, entre eles, Comissão da Verdade, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, além de peritos brasileiros e estrangeiros, com a família Goulart, para tratar de aspectos técnicos da exumação.
Presidente do país entre 1961 a 1964, quando sofreu golpe militar, João Goulart morreu na Argentina, em 1976. Seu corpo foi sepultado em São Borja, no Rio Grande do Sul, sua cidade natal. Na ocasião da morte, não foi realizada autópsia.
O ex-agente secreto uruguaio Mario Barreiro Neira, que cumpre pena no Brasil por tráfico de armas, declarou há quatro anos que o ex-presidente foi assassinado, pela troca do medicamento que tomava por veneno.
Um porta-voz da Comissão da Verdade confirmou à “Agência Efe” a decisão de exumar os restos mortais de Jango, que foi vigiado no exílio em seus últimos anos de vida.
“A versão de Barreiro é corroborada por documentos que sugerem a existência de um plano internacional para eliminar líderes de oposição às ditaduras latino-americanas do cone-sul. Estes documentos e planos são mostrados, por exemplo, no documentário Dossiê Jango, do cineasta Paulo Henrique Fontenelle“, diz nota publicada no site da Comissão da Verdade”.
A exumação foi solicitada em 18 de março, pelos familiares do ex-presidente em uma audiência pública da Comissão, que investiga as violações dos direitos humanos durante os anos de ditadura.