Trabalhadores dormindo e almoçando nas alturas em NY
Créditos: Reprodução/Daily Mail
Provavelmente você já viu esta imagem aí acima, ou alguma outra inspirada nela. Os 11 operários almoçando no 69º andar do edifício RCA (que depois foi rebatizado como GE Bulding) no Rockfeller Center – e seu cochilo logo após – fazem parte da história da construção de Nova York. No entanto, 80 anos após o clique da foto, seus responsáveis assumiram ter se tratado de uma peça promocional do complexo de 14 torres que se tornaram um dos cartões postais dos EUA.
A foto foi tirada em 20 de setembro de 1932, exatos 80 anos atrás. Mas ao contrário do que muitos imaginam, os operários não costumavam fazer um lanchinho, assim, nas alturas todos os dias. A cena foi planejada para parecer algo espontâneo.
Ken Johnston, historiador e chefe da Cobis Images – empresa que detém os direitos sobre a foto -, disse ao “Independent” que, “Os modelos eram verdadeiros, o cenário também, mas o momento foi encenado e produzido por uma grande equipe. Tudo para promover o Rockfeller Center”.
A imagem foi publicada pela primeira vez no “New York Herald Tribune” em 2 de outubro do mesmo ano. Quando a construção do Rockfeller Center começou, em maio de 1930, 14 torres estavam no projeto, o maior da construção privada já realizada em tempos modernos.
Naquela época a cidade (e o país) passava pelos efeitos da grande depressão econômica da década de 1920, e muitos imigrantes estavam desempregados, aceitando qualquer tipo de trabalho, independente da segurança – prova disso é a falta de cintos de segurança a cerca de 250 metros do chão!
O fotógrafo que recebeu os créditos pela imagem foi Charles C Ebbets, mas o detentor dos direitos acabou afirmando em 2003, que muitos fotógrafos participaram do clique na ocasião. Desta forma, não se sabe ao certo quem apertou o botão da câmera, assim como não se tem notícia dos nomes exatos dos trabalhadores que aparecem na imagem, sabe-se apenas que, em sua maioria eram imigrantes irlandeses.
“Almoço no topo de um arranha-céu”, como foi batizada a imagem, foi feita nos últimos meses da obra e seu negativo é mantido até hoje em um local com temperatura controlada, para que não se estrague e uma das imagens mais reproduzidas em todo mundo se perca com o tempo. Mesmo se tratando de uma cena produzida, ela continua impressionante.