Você certamente já passou por uma situação como essa: um casal namora há onze meses, mais ou menos, namoro recente. Ele recebe uma ligação e ela apenas observa.
-E aí, meu velho, o que você me conta?
-Hmmm… Sei, lógico. Irado!
-Só a gente? Vamo aí, certeza.
Ela já começa a fechar a cara e, com um ar de reclamação, diz: quem é, amor? Ele mostra a palma da mão, fazendo o sinal de espera aí.
-Às dez e meia, né? Cara, pode colocar meu nome na lista.
Ela cruza os braços, olha bem para ele e, com os olhos entreabertos, demonstra toda a sua raiva. Ele continua a conversa, sem nem olhar para a namorada.
-Demorou, até mais tarde, então. Abraço!
O cerco está armado ou, se servir melhor, o ringue está preparado para receber os lutadores. Ela já lança o primeiro cruzado: e aí, amor, onde a gente vai hoje às dez e meia?. Ele, meio constrangido, mas sem baixar a guarda, responde: então, minha linda, era o Anderson, aquele meu amigo, sabe? Ele me chamou pra ir num bar, mas só vai homem. Você não vai querer ir junto só com homens, né, linda? A garota, atordoada pelo contra-ataque, dá um gancho, bem dado, no queixo: claro que vou, lindo, seus amigos são meus amigos também O juiz abre a contagem, mas ele se levanta.
O segundo round começa, e o homem já prepara o próximo soco: mas não tem nada a ver você ir, você detesta quando a gente começa a falar de futebol. Aí, fica com aquela cara fechada. Ela move-se no ringue, dois passos pra cá, dois passos pra lá, e o golpe final: tudo bem, você é quem sabe. Ou eles ou eu. Nocaute, ainda no começo do segundo assalto.