Um professor uruguaio recebeu sentença de prisão por cometer abusos durante uma excursão com alunos de ensino médio que chamava por apelidos humilhantes, dividia entre “favoritos” e “indesejáveis” e até amarrou em uma árvore como castigo, informou nesta sexta-feira (03) a imprensa local.
Fontes do Conselho do Ensino Médio consultadas nesta sexta-feira pela “Agência Efe” não confirmaram nem desmentiram a sentença judicial, que foi divulgada pelo site do “Canal 10” de televisão e resenhado também pelos jornais “El País” e “El Observador“.
Segundo a imprensa, o juiz Gabriel Ohanian ditou em 26 de abril um auto de processo por crime de “violência privada” contra o docente, cujas vítimas eram alunos de entre 13 e 14 anos do Liceu 21, situado em um bairro próximo à região de Montevidéu.
O professor, cuja identidade não foi divulgada, tem 38 anos e dava aulas na Faculdade de Química da Universidade da República, e realizava “como atividade extracurricular um clube de ciências” no Liceu 21 que funcionou de 2008 até o fim do ano passado, detalha a sentença judicial.
Para isso, recrutava jovens estudantes interessados em fazer atividades científicas, mas “sob a fachada dessa atividade educativa o suspeito dividia os alunos em ‘indesejáveis’ e ‘preferidos'”, indica o auto do processo.
Assim, “via mensagens de texto, fotografias e encontros, dava ordens para que cumprissem seus desejos com pena de expulsão”.
O professor exigiu que dois adolescentes (um menino e uma menina) “que namorassem”, dando 10 mil pesos (cerca de R$ 1.000) à jovem para que desse um presente ao outro.
Em uma excursão em que o grupo foi “com todas as despesas pagas pelo suspeito” a Atlantida, balneário turístico próximo a Montevidéu, o professor criou “um clima de assédio moral” de várias maneiras.
Entre as humilhações, estavam “amarrar alguns deles a uma árvore com a boca tapada, colocar um sapo na mochila de outro, servir a um adolescente um pedaço de bolo estragado, ridicularizá-los, chamá-los por nomes de animais, mandar que um rapaz empurrasse outro”, acrescenta o documento.
A investigação policial partiu da denúncia da mãe de uma jovem a uma delegacia de Montevidéu.