Os investigadores do acidente que completa dois anos e que matou 228 pessoas em um voo entre Rio de Janeiro e Paris anunciaram que na próxima sexta-feira serão publicadas “as primeiras constatações” sobre as duas caixas-pretas.
Recuperadas no início deste mês, as caixas-pretas estão sendo analisadas pelos especialistas do Escritório de Investigação e Análise (BEA), que deve publicar em junho o primeiro relatório provisório sobre as causas da catástrofe.
No entanto, o BEA enfrenta uma enorme pressão midiática devido aos constantes vazamentos sobre os elementos da investigação, o que provocou a indignação dos familiares das vítimas.
Em carta enviada ao primeiro-ministro francês, François Fillon, o grupo mostrou “dúvidas” sobre “a independência” do BEA para dirigir a investigação, após a “grande divulgação de informações que deveriam ser confidenciais”.
O organismo, que em um primeiro momento não tinha previsto publicar relatórios provisórios antes de agosto, teve que acelerar os prazos e foi obrigado a divulgar o conteúdo das caixas-pretas, tanto a que gravou as conversas da cabine como a que registrou os parâmetros de voo.
A última revelação surgiu no jornal alemão Spiegel, que informou no fim de semana passado que o comandante de voo não se encontrava na cabine quando o primeiro alarme não foi acionado.
Perante a pressão, o BEA se vê obrigado a antecipar a divulgação dos dados, embora assinalou que fará exclusivamente através de um comunicado e sem dar uma entrevista coletiva explicativa.