Primeiro ônibus articulado do mundo movido a baterias é testado em Diadema


Créditos: Divulgação - Governo de SP/Edson Lopes Jr

O primeiro ônibus elétrico do mundo movido 100% a bateria completa neste sábado dias dez em circulação ligando Diadema, região metropolitana de São Paulo, ao Morumbi onde já levou mais de 135 mil pessoas que começam a conviver com esta aposta para reduzir as emissões de gases e ruídos.

Silencioso e mais leve, o ônibus opera com passageiros desde 5 de março dentro da frota urbana convencional que inclui veículos movidos a diesel, etanol, biodiesel, hidrogênio e, em alguns lugares, os tradicionais trólebus elétricos. O novo ônibus percorre, diariamente, 170 quilômetros nas várias viagens que realiza nessa rota.

Em uma parceria Brasil-Japão, o chassi, carroceria e motor do ônibus são fabricados aqui, já as baterias e o sistema de recarga de energia vêm da multinacional Mitsubishi.

A combinação foi definida pelo governo do estado de São Paulo como um projeto de transporte público ecologicamente correto e que em seus primeiros dias de operações já começa a seduzir os passageiros que se surpreendem pelo pouco barulho do veículo e sua trepidação menos brusca comparada aos outros ônibus.

O veículo funciona a partir um painel de controle que monitora o tempo de recarga, os níveis máximos e mínimos de consumo e outras informações necessárias antes de ligar.

A professora Evanir Souza, que todos os dias faz essa rota, comparou o barulho feito pelo veículo ao feito por um elevador, ou seja, muito pouco, e o definiu como um ônibus ecológico.

Os 11 quilômetros de cada trajeto, com 124 passageiros, são realizados em 40 minutos entre o terminal de ônibus de Diadema e a estação Morumbi do sistema de trens metropolitanos.

Apesar de ter estrutura e design idênticos aos demais veículos da frota, por ser “zero emissor de poluentes” o ônibus é uma alternativa para enfrentar a “nova realidade ambiental”, conforme afirmou à Agência Efe o presidente da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) de São Paulo, Joaquim Lopes.

“Para a cidade de São Paulo, a inserção urbana deste tipo de tecnologia eliminará toda essa parafernália de cabos aéreos (do trólebus) e teremos uma paisagem mais limpa e bonita, sem poluição e com menor barulho”, destacou Lopes.

O projeto brasileiro-japonês é precursor no mundo para um sistema de transporte de grande escala, no qual os ônibus são movidos por 14 baterias de íons de lítio recarregadas a noite durante cerca de três e quatro horas contínuas e de dia, por dez minutos, a cada 50 quilômetros.

As baterias são similares às utilizadas em telefones celulares e outros aparelhos eletrônicos, mas com uma maior capacidade de recarga e duração. Agora o desafio do governo será continuar com os programas para descongestionar o serviço em todo o sistema, um dos desafios enfrentados há anos pela cidade.

“Para o planeta o ônibus é super saudável e pode operar em seu desempenho quase como os movidos a diesel graças a sua tecnologia de recarga e utilização de energia”, disse à Agência Efe Ivan Carlos, gerente de Planejamento de Transporte, Desenvolvimento Tecnológico e Meio Ambiente (DPT).

Ele espera que depois dos seis meses de testes, que atualmente são realizados com passageiros no protótipo do veículo, os resultados técnicos e econômicos permitam avaliar a possibilidade de planejar uma produção em grande escala para o mercado.


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Primeiro ônibus elétrico do mundo transporta 135 mil pessoas em 10 dias em SP

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