Hua Hin (Tailândia), 31 ago. – Alguns dos mais aguerridos ex-jogadores de rúgbi, membros da monarquia europeia, filantropos, diretores de empresas e até a transexual mais bonita do mundo participam neste final de semana de um torneio anual de polo sobre elefantes na Tailândia.


Mais de 50 paquidermes tailandeses ocuparam nos últimos dias cômodas instalações militares próximas à cidade litorânea de Hua Hin, cerca de 150 quilômetros ao sudoeste de Bangcoc, onde acontece até amanhã, domingo, a 12ª edição da “King’s Cup Elephant Polo”.

“Desde o primeiro campeonato até hoje muitas coisas evoluíram. No princípio éramos poucos amigos e não tínhamos regras estabelecidas para as partidas, mas a cada edição que passa mais e mais gente se sente atraída por este esporte”, declarou John Smith, veterinário e um dos organizadores do campeonato.

Antes do início da competição, um grupo de especialistas veterinários percorre durante várias semanas todo o território tailandês na busca de espécimes aptos para o jogo.

“Os elefantes devem ser suficientemente grandes para que possam jogar e ao mesmo tempo jovens para que se divirtam durante as partidas. Se antes do jogo notamos que um dos animais está cansado ou irritado, deixamos que paste na floresta com tranquilidade”, comentou Smith.

Depois que, em 1989, a Tailândia proibiu quase totalmente a poda de árvores, os elefantes que trabalhavam arrastando troncos foram parar em sua maioria nas mãos de pessoas que exploram os paquidermes em espetáculos turísticos.

A organização do torneio espera arrecadar neste ano uma quantia próxima aos US$ 150 mil, que serão destinados em sua totalidade a programas de conservação do elefante asiático na Tailândia.

Para esta edição foram 16 as equipes participantes da fase de grupos do campeonato. Sobre uma esplanada de grama de 100 metros de comprimento por 60 de largura, cada equipe põe em jogo três elefantes montados por um guia, o “mahout”, e o jogador que bate na bola utilizando tacos de mais de dois metros de longitude.

Em cada jogo, duas equipes se enfrentam durante dois tempos de sete minutos e ganha quem fizer mais gols na portaria contrária, parecida em tamanho e forma às traves do rugby.

“A primeira vez que você vê um elefante correndo em sua direção dá um pouco de medo, mas logo você se acostuma. Os elefantes são comandados pelo ‘mahout’, eles sabem onde ir e onde não ir. Além disso, são muito inteligentes e gentis”, contou Taksanai Muentip, integrante da equipe “Sara Story Design”.

Para que os jogadores e os “mahout” possam se entender, estes últimos levam na parte posterior de suas camisetas indicações básicas no idioma local, tais como “pai” (vamos), “rew” (rápido), “sae” (esquerda) e “kwa” (direita).

“A maioria dos participantes jogamos polo sobre cavalos. Mas este esporte é diferente, aqui nós não manejamos animal. Precisamos dos ‘mahout’, portanto é muito importante se dar bem com eles”, destacou Tom Claytor, atacante do “King Power Duty Free”, atual campeão do torneio.

Durante a realização do campeonato, além disso, centenas de crianças de colégios locais se aproximaram das instalações onde, por meio dos jogos, aprendem a importância de conservar o meio ambiente e os elefantes.

Acredita-se que o polo sobre elefantes surgiu no início do século 20 na Índia dentro do palácio onde um marajá tinha seu harém, embora a versão moderna tenha nascido em 1982 no Nepal graças à colaboração entre um ex-campeão olímpico escocês, James Manclark, e Jim Edwards, que gerenciava um hotel no país asiático.

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Polo sobre elefantes, um esporte que "ganha peso" na Tailândia

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