Os agentes antidistúrbios voltaram a utilizar neste sábado (13) canhões com jatos d’água e gás lacrimogêneo contra uma manifestação em Istambul, dentro dos protestos pelo parque Gezi, que mantêm a Turquia em expectativa desde o mês de maio.
Na tarde deste sábado, centenas de pessoas se reuniram na rua Istiklal, uma das principais de Istambul, para marchar rumo à Praça Taksim onde seria feita a leitura de um comunicado, mas a passeata foi interrompida por dois blindados da polícia.
Os participantes gritaram palavras de ordem a favor do Colégio Oficial de Arquitetos, uma organização de consulta obrigatória nos projetos de reformas urbanas até agora, mas que teve suas competências canceladas na última terça-feira (9) por uma lei votada no Parlamento.
A oposição considerou esta lei uma “vingança” contra o organismo profissional, já que vários de seus dirigentes fazem parte da cúpula do movimento Solidariedade Taksim, responsável por coordenar os protestos contra a reurbanização do parque Gezi em Istambul.
A secretária-geral do grupo de arquitetos, Mücella Yapici, foi detida na segunda-feira (8) e acusada de “formação de quadrilha”, mas foi libertada na quinta-feira (11).
Um comunicado divulgado pelo Colégio de Arquitetos de Istambul denunciou que a lei aprovada “em uma operação noturna” com os votos do partido governante, Justiça e Desenvolvimento (AKP), “que não suporta nenhuma voz dissidente”, é “um convite aberto para a destruição das florestas, praias, campos e águas”.
Após uma hora de tensão na rua Istiklal, a polícia investiu contra os manifestantes com canhões com jatos d’água e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a concentração.
Segundo a emissora “Halk TV”, um grupo de civis armados com paus, aparentemente simpatizantes do governo islamita conservador, agrediu vários jornalistas em uma rua próxima.
A polícia ocupou a rua Istiklal durante várias horas para evitar que os manifestantes se reagrupassem.
Em Ancara, a polícia bloqueou com blindados uma manifestação a favor do Colégio de Advogados, informou o jornal “Hürriyet” em seu site.