A cada ano, ao se aproximar o Natal, uma horda de Papais Noéis inunda os bares de Nova York em um encontro conhecido como “SantaCon”, uma tradição que provocou queixas entre os vizinhos e fez com que a polícia pedisse nesta sexta-feira (22) à população para que não sirva álcool aos bons velhinhos.
Os milhares de cidadãos vestidos de gorro vermelho e barba branca que participam do evento “são tantos que invadem as calçadas e os espaços públicos”, disse o tenente John Cocchi, da polícia nova-iorquina em carta remetida aos proprietários de bares que ficam entre Chelsea e Columbus Circle.
“SantaCon”, realizado também em outras cidades do mundo, foi pensado originalmente para denunciar o espírito comercial dos Natais, embora, segundo o site, tenha se transformado em um evento “caridoso, não comercial e não político; um convenção de Papai Noel que ocorre uma vez ao ano sem motivo algum”.
A polícia de Nova York se opõe a uma festa em massa que traz “milhares de festeiros perambulando intoxicados pelas ruas, urinando, sujando, vomitando e causando atos de vandalismo”, algo que, segundo Cocchi, “não será tolerado” nos bairros da cidade por onde passam os Papais Noéis.
A edição deste ano está prevista para 14 de dezembro e os organizadores do evento se defenderam reivindicando a faceta caridosa da festa, que propõe aos participantes uma doação de US$ 10 para o banco de alimentos da cidade, e lembrando o código de conduta que deve ter um Papai Noel.
“Papai Noel semeia a alegria, não o terror, nem vômitos, nem lixo. O bom velhinho é bom com as crianças, as faz rir, não chorar. Papai Noel respeita a cidade, não urina nas ruas, não briga, não bloqueia as ruas, não sobe nos carros e não picha a propriedade alheia”, reza o “Código de Santa Claus” no site de “SantaCon”.
Também se recomendou aos participantes seguir as quatro regras básicas do “SantaCon”: “Não incomodar as crianças, não incomodar os policiais, não incomodar o pessoal dos bares e nem incomodar a cidade de Nova York”.
Alguns bares já responderam que seguirão as indicações da polícia e não servirão álcool a nenhum Papai Noel que se aproximar de seus estabelecimentos, enquanto as autoridades insistem que qualquer lucro pelas vendas desse dia será largamente superado pelos prejuízos do impacto em longo prazo.