Maconha não é bagunça. Pelo menos é o que a polícia da cidade de Bauru, interior de São Paulo, deu a entender ao prender universitários na terça-feira (28). Os jovens organizavam festas barulhentas que incomodavam os vizinhos e as denúncias levaram a polícia a descobrir a mini-plantação da erva dentro de casa.

O que a polícia encontrou na república fez com que os jovens estudantes e um graduado fossem presos por tráfico de entorpecentes, associação para o tráfico e furto. Na casa foram encontrados sete vasos com pés de maconha e mais duas plantas de marijuana plantados diretamente na terra do quintal, suficientes apenas para o consumo recreativo. A mesma quantidade é legalmente considerada suficiente para tráfico.

Os estudantes de arquitetura Nathan André, 23, Paula Alves, 27, o estudante de biologia João Felipe, 23, e o arquiteto graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) Daniel Igor Pereira, 25, são os moradores da república. Eles ainda não comentaram o caso publicamente, mas dois deles teriam dito que a droga era para consumo próprio.

O furto do qual eles são acusados diz respeito a uma placa de sinalização de transito que diz PARE, um carrinho de supermercado e objetos da Unesp, que eram utilizados como decoração e mobília da moradia estudantil.

Segundo reportagem do Jornal da Cidade, o professor Sérgio Segal, conhecido dos moradores, os defendeu dizendo: “Eu frequentava a república, sei que eles são apenas usuários e plantavam para consumo próprio, somente. Eles plantavam a erva justamente para não precisar comprar de algum traficante e alimentar o tráfico de drogas”.

continua abaixo do vídeo

Reportagem do programa Balanço Geral, da rede Record

Em um comentário do vídeo acima, o perfil de pedrovizco afirma que a República supostamente chamada “Vinoma” fica em uma região central da cidade em que há o “funcionamento de um ponto de distribuição de crack na esquina da quadra da residência, além da prostituição infantil”. Ele ressalta que apesar de a polícia ter encontrado a plantação na república, esse conhecido ponto de tráfico não é repreendido. O comentário foi apoiado pelo usuário tijucacaralho, que disse conhecer o local e comenta “essa galera não faz barulho, não incomoda a noite de sono da vizinhança”, falando sobre os traficantes de crack.

O Vírgula News acha que:

Se o depoimento do professor Sérgio Cabral ao Jornal da Cidade for verdadeiro, é um ponto positivo para os estudantes, que uma vez consumidores, não patrocina a violência do tráfico.

Facas, fita crepe e tábuas de madeira encontradas no local foram considerados artefatos para a produção da droga. Você que tem algum desses utensílios em casa, cuidado, elas podem ser considerados parafernália para tráfico e usadas como evidência contra você, afinal, quem teria alguma dessas coisas em casa sem ser um perigoso traficante? Ah, e ter uma bala de revólver em casa pode virar munição, jogue fora aquela caixa que seu avô militar deixou com um projétil vazio de fuzil, só para garantir. Como bem ressaltou o apresentador, seringa é uma coisa realmente assustadora, mas a simples presença dela não significa nada, uma vez que seringas podem ser usadas por diabéticos, e até para dar remédios em via oral para animais de estimação, por exemplo.

Furto de placas de trânsito e carrinhos de super-mercado são enormes incivilidades, mas daí para criminosos perigosos que precisam ser encarcerados? Um pouco extremo, não?

E sejamos realistas, até o policial entrevistado pela reportagem da Record está com cara de quem acha graça da prisão dos jovens. Trabalho fácil para quem deveria prender grandes traficantes que patrocinam violência na periferia, estupradores, assassinos, políticos corruptos, corporações que poluem rios…

O tráfico de drogas é terrível e o consumo de drogas é muito perigoso, mas esse tipo de repressão é realmente o melhor meio de controlar esse problema social? Ou ele só estimula o comércio ilegal que é garantido por milícias de grandes traficantes?

E você, leitor, acha que a lei está funcionando?


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Plantação de maconha em república estudantil leva quatro para a cadeia

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