Uma pesquisa publicada na revista Bristish Journal of Obstetrics and Gynaecology revelou que 11% das mulheres que compram medicamentos abortivos pela internet tiveram de passar por cirurgias. O estudo, realizado em 71 países, observou o comportamento de 400 mulheres que acessavam sites como o Women on Web.
As intervenções cirúrgicas ocorrem porque o medicamento não consegue completar o aborto ou por causa de hemorragia interna. Os organizadores do Women on Web indicam drogas como o Mifeprex ou RU-486 e o Misoprostol, conhecido como Cytotec, para provocar a expulsão espontânea da gravidez.
As drogas são enviadas principalmente para países onde a prática do aborto é restrita e para mulheres que alegam estar grávidas há menos de nove semanas. Segundo a pesquisa, 8% das mulheres que compram os medicamentos não chegam a usá-los.
Cerca de 200 mulheres responderam perguntas sobre o aborto feito em casa. Destas, 58% estavam agradecidas por conseguirem abortar dessa forma e 31% se sentiam estressadas, apesar de acharem aceitável essa experiência.
Em entrevista concedida à BBC, uma americana que fez um aborto afirmou que o medicamento chegou na alfândega embalado corretamente, com todos os documentos e a assinatura de um médico.
“Isso é realmente preocupante e representa uma banalização do valor de uma criança ainda não nascida”, afirmou à BBC Josephine Quintavalle, do grupo Comment on Reproductive Ethics, que trata da ética de assuntos relacionados à medicina.
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