Voluntários do Greenpeace se uniram neste sábado em Pequim, na China ao protesto internacional realizado em 14 países contra as liberações químicas perigosas decorrentes da produção de roupas por multinacionais como Adidas e Nike.
Simultaneamente com jovens de outras cidades do mundo, que dançavam e faziam striptease – se despindo de peças dessas marcas -, cerca de 30 manifestantes chineses tiraram a roupa em um shopping center próximo à capital.
Mas o protesto na China durou menos de cinco minutos. Os seguranças do local detiveram os manifestantes e um cinegrafista teve sua câmera quebrada pelos agentes.
O objetivo do Greenpeace era bater o recorde mundial de maior flashmob (espetáculo espontâneo na rua), embora em algumas cidades europeias a ação tenha sido cancelada devido aos atentados ocorridos na Noruega nesta sexta-feira, que deixaram cerca de 92 mortos.
De acordo com o responsável pela campanha contra contaminação do Greenpeace na China, Zhang Kai, a organização ambiental quer enviar “uma mensagem clara a Adidas, Nike e Li Ning para que elas enfrentem o problema da contaminação da água”, afirmou
O protesto aconteceu poucos dias depois de o Greenpeace apresentar seu relatório Dirty laundry, no qual revelou altos níveis de poluição nos deltas do rios Yang Tsé e Pérola, em fábricas têxteis vinculadas às três marcas citadas e outras multinacionais do setor.
Os poluentes detectados são nonilfenol e PFC, substâncias proibidas na União Europeia e que podem produzir mudanças hormonais em seres vivos. Segundo o estudo, a contaminação altera o sexo dos peixes e pode reduzir a quantidade de esperma nos homens.