O papa Bento XVI disse neste domingo que os “pecados cometidos por sacerdotes e pessoas consagradas contra pessoas confiantes a seus cuidados”, das quais “abusaram” em vez de lhes mostrar o caminho a Cristo, “abalaram a credibilidade da mensagem da Igreja”.
Sacerdote colombiano é condenado a 33 anos por abuso sexual de menores
Vaticano reconhece 4 mil casos de pedofilia e admite resposta inadequada
O pontífice fez essas declarações, referentes aos casos de padres que abusaram sexualmente de crianças na Irlanda, em um vídeo enviado por ocasião do encerramento do 50º Congresso Eucarístico Internacional, realizado nos últimos dias em Dublin.
Bento XVI lamentou que “a gratidão e a alegria por uma história tão grande de fé e amor” como a da Igreja na Irlanda, tenham sido “afetadas de maneira terrível com a divulgação dos pecados cometidos por sacerdotes e pessoas consagradas”, em alusão aos casos de abusos sexuais a menores por parte de religiosos nesse país.
“Como se explica que pessoas que recebem regularmente o corpo do Senhor e confessam seus pecados no sacramento da Penitência tenham pecado desta maneira? Continua sendo um mistério. Mas, evidentemente seu cristianismo não estava alimentado pelo encontro com Cristo”, declarou.
No último dia 12 de junho, o cardeal Marc Ouellet, legado pontifício no 50º Congresso Eucarístico Internacional, se reuniu com vítimas de abusos sexuais por parte de clérigos, a quem pediu perdão em nome do papa e da Igreja e expressou “vergonha e remorso”.
Em 2009 foram divulgados dois relatórios oficiais irlandeses que revelaram que durante décadas centenas de crianças desse país sofreram abusos sexuais por parte de sacerdotes.
Após conhecer estes casos, o papa disse que estava “desolado e angustiado” e que compartilhava com os fiéis a “indignação, a traição e a vergonha” por esses delitos sexuais.