A Otan manterá sua missão na Líbia até que todas as forças leais ao regime de Muammar Kadafi tenham se rendido, informou nesta segunda-feira à Agência Efe uma fonte da Aliança Atlântica.
Desde o início da operação “Protetor Unificado” em 31 de março, a Otan fez 19.877 voos sobre a Líbia, incluindo 7.505 ataques contra alvos militares chave do regime de Trípoli. Só no domingo, a Aliança Atlântica realizou 126 voos e 46 ataques.
Pelo último comunicado da Otan na Líbia, no domingo a operação atacou e destruiu nos arredores de Trípoli três centros de comando e controle, uma instalação militar, dois radares, nove plataformas de lançamento de mísseis terra-ar, um tanque e dois veículos blindados.
Na cidade de Bin Ghashir mais um radar foi eliminado, enquanto em Al Aziziyah outras três plataformas lançamento de mísseis terra-ar também foram extintas.
A Bélgica, que participa da operação militar na Líbia com seis F-16, explicou nesta segunda-feira que nas últimas 72 horas fez 16 voos de três horas cada.
O ministro de Defesa belga, Pieter De Crem, considerou em declarações à rádio pública VRT que foram esses ataques que estão permitindo a queda do regime.
“É o que a Otan havia decidido”, acrescentou e precisou que houve duas missões de bombardeio, mas recusou-se a dar mais detalhes.
O objetivo das operações é “destruir o comando e as comunicações das forças leais ao coronel Kadafi” e “isolar as tropas do Governo”, segundo De Crem.
O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Ramsussen, afirmou no domingo à noite em comunicado que o regime de Muammar Kadafi está “claramente desmoronando”, e sustentou que o líder líbio “não pode vencer a batalha” contra seus próprios cidadãos.
Rasmussen pediu à Líbia que permita uma transição pacífica e explicou que a Otan vai continuar acompanhando os movimentos das unidades militares e as instalações chaves, e se perceber uma ameaça contra os líbios reagirá de acordo com o mandato concedido pelo Conselho de Segurança da ONU para proteger aos civis.
Ressaltou que serão os líbios quem decidirão sobre o futuro de seu país e a comunidade internacional deve apoiá-los. Neste contexto, a ONU e o Grupo de Contato sobre a Líbia devem ter um papel importante.
A Otan sempre sustentou que em um cenário pós-Kadafi o organismo não deve assumir um papel dominante na transição.