Aproximadamente 25% da população da África passa fome, revelou à “Agência Efe” em Johanesburgo nesta terça-feira David Orr, chefe de comunicação do Programa Mundial de Alimentos (PMA) para a África Meridional, em virtude do Dia Mundial da Alimentação.
“Quase um a cada quatro africanos passa fome”, afirmou.
Esse dado revela que 239 milhões de africanos sofrem a “dolorosa sensação causada pelo desejo de comida”, de acordo com a definição de “fome” da organização, segundo o representante do PMA, que pertence à Organização das Nações Unidas (ONU).
Apesar dos avanços registrados no continente nos últimos anos, o número mostra um grande aumento em relação às 175 milhões de pessoas que passavam fome na África entre 1990 e 1992. A alta pode ser explicada pelo crescimento demográfico registrado neste continente.
No entanto, os “tímidos progressos” observados nas últimas décadas na África Subsaariana começaram a cair a partir de 2007, período em que a fome cresceu 2% nesta região, segundo dados da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que também pertence à ONU.
Segundo estudos da União Africana (UA), que conta com o apoio do PMA, a África tem hoje mais crianças desnutridas do que há 30 anos.
Entre 61% e 82% desses menores não são tratados por médicos ou especialistas, e entre 40% e 67% dos adultos africanos sofreram desnutrição durante a infância.
De acordo com a FAO, 26% das crianças desnutridas vivem na África, 70% na Ásia e somente 4% na América Latina e no Caribe.
No mundo, 842 milhões de pessoas sofrem fome crônica, segundo o PMA.