A São Paulo Fashion Week começa no dia 18 de janeiro. Se você ainda não está por dentro das tendências, a consultora de moda e imagem Bia Kawasaki comenta sobre o que deve acontecer nos desfiles.
O que pegou na Europa que deve aportar por aqui? O que deve ser tendência e aparecer na passarela em sua opinião?
Cinturas bem marcadas mais uma vez, recortes ousados, assimétricos e muita moulage na alfaiataria. Os volumes serão mais aplicados à parte de cima do tronco deixando as peças mais justas e secas para a parte de baixo do corpo.
As vedetes da estação serão as golas, quanto mais elaboradas, plissadas, drapeadas e chocantes, melhor. Os punhos também seguirão esta linha de tendência. Os modelos Pierrô com inspiração nos anos 60 serão presença em nossas passarelas. As calças continuarão seguindo a linha das cinturas altas e recortes horas muito justos (skinny) e horas mais soltos (pantalonas).
O comprimento das saias e vestidos em sua maioria serão comportados, na altura dos joelhos, mas as adeptas às minis também terão algumas opções de escolha. Haverá espaço para alguns recortes evasês mas as saias lápis é que reinarão absolutas revivendo mais uma vez os anos 50.
Em relação às cartelas de cores, os contrastes serão palavra de ordem; as cores neutras de base serão o preto e o cru, acompanhados por cores fortíssimas como o cereja, o amarelo canário, o azul cobalto e o verde petróleo e também por cores suaves e pastéis como o azul céu, o rosa chá, o amarelo claro e verde lima. Vi muito pouco marrom nos desfiles internacionais.
Existem algumas diferenças entre a moda de lá e de cá?
Os tecidos voltados ao inverno Europeu são sempre mais grossos e mais quentes, nossos estilistas provavelmente usarão as mesmas tendências para os recortes, seguindo esta linha de inspiração latina (nos babados e drapeados) e a linha oriental nos volumes, recortes assimétricos e modelagens arquitetônicas.
Os estilistas brasileiros têm se inspirado menos na moda européia ou a semana de moda de lá controla ditando as tendências por aqui?
Nossos bons estilistas estão cada vez mais ousados e independentes de qualquer tipo de amarras. A criatividade e brasileira é que, pelo contrário, tem sido, e muito, copiada lá fora! Porém, em termos de acabamento e qualidade na escolha dos materiais usados, a Europa ainda é imbatível.