Muitas pessoas nem imaginam, mas a moda e o cinema estão sempre andando juntos. Quem nunca reparou em filmes de época em que atores colocam roupas que a gente nem imagina que existia. Ou que mulher nunca sentiu vontade de ter aquela roupa igualzinha a de uma personagem?
O cinema surgiu no século XIX e não demorou muito para a novidade se espalhar ao redor do mundo e se tornar uma das principais fontes de pesquisa de moda. Com o passar do tempo, o figurino começou a ter grande importância em todas as produções, tanto na função de acervo histórico como para dar realismo aos personagens da trama.
A consultora de Moda, Sabina Donadelli, lembra que nas décadas de 30 e 40, a moda se aproveitava do sucesso no cinema: Os estilistas pegavam as divas para colocar suas roupas. E isso não é diferente hoje em dia. Na festa do Oscar, lá estão as protagonistas com roupas da marca John Galliano, Chanel, Marchesa, Versace, entre outras.
O cinema e a moda realizam sonhos e fazem a imaginação viajar. Os filmes se tornaram vitrines, todos querem ser iguais à protagonista e ter as roupas da personagem. E esse casamento teve seu primeiro fruto na década de 60, quando Audrey Hepburn, no filme Bonequinha de Luxo, usando um vestido preto Givenchy, fez todas as mulheres quererem ser e se vestir como ela.
A cena de abertura mostra a personagem de Audrey, Holly Golightly, em frente à tradicional loja de jóias Tiffanys. Com ares de sonhadora, o grande objetivo dela é casar-se com um homem rico e tornar-se uma das clientes da loja. Ta certo que ela era bem interesseira, mas quem, assim como no filme, não sonha entrar numa famosa loja de jóias?
Logo após, o cinema criou outras tendências. No filme de Steven Spielberg de 1981, o chapéu do Indiana Jones fez a fábrica de chapéus Curry ser a maior vendedora deste artigo. Na trama, Henry Jones Júnior, interpretado por Harrison Ford, é um indivíduo com vida dupla: além de um pacato professor de arqueologia, é um aventureiro destemido e pouco convencional, que usa uma pistola, um chicote e o inseparável chapéu que se tornou tão desejado.
A moda praia começou a ganhar mais fama quando no filme E Deus Criou a Mulher, em 1956, a francesa Brigite Bardot usou um biquíni xadrez vichy adornado de babados.
Na década de 60, a peça entrou de vez para o gosto de todos. Sensualíssima, Ursula Andress também apareceu nas telonas com um poderoso biquíni, em cena do filme “007 Contra o Satânico Dr. No”, em 1962. Mas na época as brasileiras não conseguiram aproveitar a febre: a peça era taxada de indecente e chegou a ser proibida, em 1961, pelo presidente Jânio Quadros.
E mais, Nicole Kidman, no longa Moulin Rouge, tornou os espartilhos mais populares. Anne Hathaway, em Diabo Veste Prada, trazendo novamente a moda da franja com a personagem Andrea e o recente Sex and the City, que, além de as atrizes principais só aparecerem com roupas lindas e de grife, fez a fama dos sapatos Manolo Blahnik.
Mas não é só no cinema que os figurinos conseguem ditar moda. Aqui no Brasil, por exemplo, as novelas servem de inspiração para várias telespectadoras. Roupas, esmaltes, cortes de cabelo, sapatos. Todos querem ficar ou ter a roupa parecida com a atriz bonita ou protagonista da novela. Na época da trama O Clone, a dança do ventre, as unhas e as jóias douradas; em Celebridades, as saias plissadas que a manicure Darlene, interpretada por Deborah Secco; e até o vestido comprido e estampado usado por Cláudia Abreu em Belíssima. Tudo que fica bonito nas celebridades, o povo quer usar.