E se uma adolescente judia tivesse acesso ao Instagram em 1944? Como ela teria documentado sua própria história diante dos horrores da Segunda Guerra Mundial? A conta ‘Eva Stories’ nasceu para responder essas perguntas ao narrar a jornada de Eva durante o holocausto.

Em 70 vídeos curtos, a menina de 13 anos, interpretada por Mia Quiney, documenta seu dia-a-dia em 1944 como uma blogueira de 2019. Ela usa fotos, vídeos, boomerangs e filtros para expor sua realidade durante a invasão nazista na Hungria.

“Eles levaram minha prima para a Polônia”

As primeiras publicações remetem a 13 de Fevereiro: “bem-vindos a minha vida!”. No dia 15, ela celebra seu 13º aniversário com sorvete e dança na companhia das amigas, como qualquer outra adolescente. Contudo, é a primeira vez que “a guerra entra em sua casa”.

A produção é baseada no diário real de Eva Heyman, que começou a escrever sua rotina aos 13 anos, em 1944, e sonhava em ser repórter fotográfica. Ela foi enviada a Auschwitz no mesmo ano e morreu em Outubro, na câmara de gás.

Eva Heyman, dona dos diários que basearam o projeto

Idealizado pelo empresário Mati Kovachi e sua filha Maya, o trabalho já possui mais de 1 milhão de seguidores. “Eva, esperamos que este projeto tenha tornado seu sonho realidade”, homenageiam os criadores.

“A memória do Holocausto fora de Israel está desaparecendo”, relata Kochavi em entrevista ao The New York Times. Para não ser esquecida, ele optou por um formato inovador – que demandou um investimento de quase US$ 5 milhões – para impactar e educar a nova geração.

O projeto dividiu o público, pois parte acredita que essa é uma forma de banalizar as atrocidades do Holocausto, outros até questionaram como ela recarregava o celular.

“Se queremos levar a memória do Holocausto a novas gerações, precisamos ir até onde estão… E eles estão no Instagram”, defendeu Kochavi ao The Times of Israel. Em comunicado, o Yad Vashem, Memorial Oficial do Holocausto, afirmou que o uso das redes sociais para difundir a história é “legítimo e eficaz”.

Veja pinturas feitas por prisioneiros de Auschwitz durante e depois do Holocausto


Créditos: Reprodução/Museu e Memorial Auschwitz-Birkenau

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No Instagram, história de vítima do Holocausto é narrada pelos Stories

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