O pacifista britânico Brian Haw, que durante anos acampou em frente o Parlamento no centro de Londres para protestar contra as guerras do Iraque e do Afeganistão, morreu aos 62 anos de um câncer no pulmão, informou neste domingo sua família.
Haw, que estava sendo tratado de sua doença na Alemanha, morreu no sábado no país enquanto dormia, relataram pessoas próximas a ele.
O manifestante, que conseguiu reunir ao seu redor inúmeros seguidores, lutava nos tribunais para voltar a seu local de acampamento, do qual tinha sido removido em março pelo prefeito de Londres, o conservador Boris Johnson, seguindo uma ordem do Tribunal Superior.
O excêntrico pacifista, que podia ser visto rodeado de cartazes, slogans e fotografias de conflitos, se estabeleceu em 2001 na Parliament Square para protestar contra a política externa do Reino Unido e dos Estados Unidos, primeiro pelas sanções contra o Iraque e depois pelos sucessivos conflitos nesse mesmo país e no Afeganistão.
Durante os últimos anos, houve muitas tentativas de expulsá-lo pelas autoridades municipais e o próprio Parlamento, que em 2005 aprovou uma lei proibindo protestos não autorizados em um perímetro de uma milha, o que Haw rebateu argumentando que sua iniciativa era anterior à aprovação do texto.
Após sua morte, os porta-vozes de sua “Campanha pela paz” prestaram uma homenagem em seu site.
“Brian demonstrou uma grande determinação e coragem nos duros e longos anos nos quais liderou a ‘Campanha pela paz’ na Parliament Square, durante os quais está bem documentado que foi perseguido sem descanso pelas autoridades, o que afetou sua saúde”, declararam.
Vários deputados trabalhistas, entre eles Jeremy Corbyn e John McDonnell, fizeram neste domingo um tributo ao compromisso do pacifista, que durante uma década desafiou o duro clima britânico para condenar a futilidade da guerra desde sua barraca.
Na Parliament Square continuam posicionadas sua cadeira de camping e sua coleção de fotos, que seus seguidores deixaram intactas como homenagem.