Max, uma cegonha fêmea de 13 anos e meio, recordista mundial de monitoramento remoto, morreu na Espanha, supostamente por causa de um acidente, informou nesta quinta-feira (27) o museu de História Natural de Freiburg, na Suíça.
Os responsáveis pelo museu, que colocaram em Max seu primeiro colar com GPS (equipamento usado para monitoramento de movimentação) em julho de 1999, explicaram que sua morte foi constatada após vários dias sem indicação de movimentação da cegonha, além da queda drástica de sua temperatura.
Membros da Sociedade Ornitológica Espanhola conseguiram chegar ao local onde estavam os restos da cegonha, assim como o colar que ela levava, ainda funcionando, explicou à “Agência Efe”, Adrian Aebischer, zoólogo do museu suíço.
Segundo Aebischer, dificilmente será possível identificar a causa da morte, devido ao adiantado estado de decomposição dos restos mortais. Como o recorde de longevidade de uma cegonha é de 39 anos e os especialistas não haviam identificado nenhuma doença, a hipótese de acidente é a mais provável.
Segundo o zoólogo, Max estava vindo do Parque Regional do Leste, localizado em Madri. O corpo foi localizado a aproximadamente 100 metros de uma linha de alta tensão, a leste das cidades espanholas de Pinto e Valdemoro.
Nos últimos anos, segundo o cientista suíço, Max passava os invernos em Madri ou na Andaluzia, e tinha deixado de viajar até a África, como fez em seus primeiros oito anos de vida, porque na Espanha encontrava alimento suficiente e água para passar a temporada.
Nos últimos meses, costumava ir ao Parque Regional do Sudeste durante o dia e dormir no bairro madrilenho de Vallecas, segundo as indicações do GPS, que transmitia constantemente as informações para os ornitólogos suíços.
O acompanhamento de Max permitiu conhecer melhor os costumes destas aves migratórias, que são capazes de voar 500 quilômetros em um só dia se as condições de vento forem favoráveis.
No total, Max percorreu mais de 60 mil quilômetros entre norte da África, Espanha, França, Suíça e o lago Konstanz, no sul da Alemanha, lugar que costumava escolher para passar o verão.
Aebischer destacou que a cegonha se tornou uma “personagem famosa” entre a comunidade zoológica. Além disso, ela forneceu uma grande quantidade de informação sobre o início exato das migrações, os itinerários que estas aves seguem, a duração e a velocidade de suas mudanças, e as alterações de comportamento.
A ave foi batizada como Max em homenagem a Max Bloesch (1908-1997), um ornitólogo que desde 1948 estudou cegonhas procedentes da Alsácia, na França, e do leste da Europa.