O meteorito que caiu nesta sexta-feira (15) nos montes Urais, na Rússia, e que causou mil feridos não tem nada a ver com o asteroide denominado 2012DA14 que passará hoje a apenas 27 mil quilômetros da Terra, segundo a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).
O engenheiro de instalações de satélites de pesquisa da ESA Rainer Krefken disse à “Agência Efe” que “pode se descartar que o meteorito e o asteroide tenham a ver”, já que sua trajetória é diferente.
“Se o meteorito tivesse tido a ver com o asteroide, teria apresentado outra direção de voo, teria voado do Sul para o Norte e não para o Oeste, como foi o caso”, disse Krefken no centro de controle de operações da ESA na cidade alemã de Darmstadt.
Segundo o especialista, a queda do meteorito não poderia ser prevista com a técnica disponível na atualidade.
A queda de meteoritos é um fenômeno que ocorre uma vez ao ano, mas normalmente passa despercebido porque costuma ocorrer no deserto ou outras áreas não povoadas.
O fato registrado hoje na região russa de Tcheliabinsk, nos montes Urais, é o acidente de maiores consequências causado por um corpo celeste na Terra nos últimos anos.
Também foi um meteorito o responsável por uma gigantesca explosão que na manhã do dia 30 de junho de 1908 devastou uma superfície de 2.200 quilômetros e arrasou mais de 80 mil árvores perto do rio Tunguska, na Sibéria (Rússia).
O chamado “evento de Tunguska” liberou uma energia 300 vezes superior à bomba nuclear de Hiroshima.
O fenômeno de hoje aconteceu no mesmo dia no qual está previsto que o asteroide 2012DA14, de entre 45 e 95 metros de diâmetro, passe a cerca de 27.860 quilômetros da Terra, a maior aproximação registrada de um objeto cósmico de nosso planeta, embora suficientemente longe para que não tenha consequências segundo os especialistas.
A queda de um meteorito de dez quilômetros de diâmetro, há 65,5 milhões de anos, sobre a península mexicana de Iucatã, pôs fim à era dos dinossauros e afetou quase 70% das espécies.
Segundo o especialista da ESA, “isto é algo que poderia voltar a ocorrer”. “É algo que poderia ser previsto, dependendo da órbita, mas para isso seria necessário muito tempo de adiantamento, pelo menos um ano, mas quanto mais tempo melhor”, segundo Krefken.