Maverick: um carro que tem identidade e foi ícone da década de 1970


Créditos: gabriel quintão

Para muita gente um Ford Maverick pode não significar muita coisa, mas para Paul William Gregson, 42 anos, é uma paixão que não tem fim. Brasileiro filho de ingleses, o colecionador Paul escreveu o livro “Maverick – um ícone dos anos 1970” e resolveu fazer uma exposição em São Paulo com seus cinco Mavericks. “A ideia dessa exposição é a divulgação do que foi o Maverick, do que é o carro e sua história”, disse o colecionador.  

A exposição acontece no Raposo Shopping, em São Paulo, até o dia 29 de maio. “Fiquei muito surpreso com o retorno das crianças, porque é muito comum a gente ver o retorno dos adultos, dos homens principalmente. A gente costuma ver os homens, acima de 40 anos, ou os mais velhos, que ficam relembrando os bons tempos passados. Mas as crianças, curtindo os carros, isso me deixou surpreso e é um sinal de que de repente nós temos aí um belo resgate pela frente, do ponto de vista cultural”, afirmou Paul.

Lançado nos EUA em 1969, para fazer frente à concorrência com carros japoneses e europeus, o modelo da Ford nascia como uma opção de veículo moderno, econômico e esportivo.  De 1973 a 1979, vendeu mais de 108 mil unidades somente no Brasil. Para quem não sabe, o nome Maverick é uma homenagem ao texano Augustus Maverick, que foi um heroi da Guerra de Independência dos Estados Unidos. “O Texas é um estado extremamente ligado ao campo, gado, e então por isso o símbolo do Maverick é um chifre de boi. Aqui no Brasil, por motivos óbvios, no logotipo esse chifre foi retirado, porque senão ia virar sinônimo de carro de chifrudo…” explica Paul.

A paixão de Paul pelo Maverick surgiu quando ele tinha apenas 6 anos de idade. “Meu pai comprou um Maverick Sedan Super no dia 25 de novembro de 1975 e é o carro da família até hoje. Foi ali que começou a paixão. Mas efetivamente eu comecei a colecionar esses carros há 20 anos”.

Cada carro tem uma história inacreditável, que Paul jamais vai se esquecer e tem o prazer em nos contar.  “O  Maverick Grabber, modelo americano, foi uma importação dos anos 70. Esse meu carro foi trazido para o Brasil pelo irmão do presidente Figueiredo. Em 2000 eu encontrei esse carro no Rio de Janeiro e fiz um processo de restauração que demorou 9 meses e 18 dias para ficar pronto”.

Paul também possui um modelo muito raro: Maverick Sedan LDO, uma perua que teve apenas 150 unidades fabricadas no Brasil, sendo que hoje somente 20 delas ainda existem. “A perua é um projeto exclusivo do Brasil que foi feito pela Souza Ramos (SR Veículos). Foi na verdade a única perua do mercado brasileiro com quatro portas e motor V8, com capacidade de carga de 1530 litros com os bancos rebaixados. Ela eu encontrei em um ferro velho, totalmente desmontada, com um fusca jogado em cima. Foram quatro anos e meio de reforma”. Haja paciência, hein, Paul?!

Maverick Sedan Super Luxo (motor 3.0 com 6 cilindros em linha) e Maverick GT (esportivo com motor 4.9 com 8 cilindros em V) são os outros xodós de Paul, que espera fazer com que um público diverso conheça a história desses carrões com seu livro e essa exposição, que são frutos do seu trabalho no Museu Maverick. “Quero criar um espaço aberto ao público, porque não tem só os carros, tem as miniaturas, tem uma série de material publicitário de época, manual de serviços, tem muita coisa. E aí o museu tem esse objetivo”.

Para Paul William Gregson, seus Mavericks não têm preço. “Se alguém chegar pra mim e oferecer qualquer valor pelo carro eu sugiro a essa usar o dinheiro dela em outras coisas. Não vendo de jeito nenhum. Não tenho o menor interesse em vender e espero nunca precisar fazer isso”, declara o colecionador apaixonado.

Veja a galeria de fotos que preparamos exclusivamente para vocês. Quem sabe você também não se apaixona pelo Maverick?!


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