Maria Candida
Quem?!?! Jornalista, apresentadora e autora do livro “Mulheres que Brilham”
SONHO DE MULHER
Emílio: Uma vez me falaram que o sonho de toda mulher é comer e não engordar.
Maria Cândida: Também.
Emílio: Dizem que essa história de príncipe encantado é uma balela.
Maria Cândida: É um dos sonhos da mulher. Existem vários.
Emílio: O sonho delas é comer pudim, doce de leite, aqueles doces gostosos.
Maria Cândida: O meu sonho… Por exemplo, eu queria pagar para ter o bubum de alguma panicat. Entendeu? Queria poder comprar o bumbum delas, mas eu não posso.
Emílio: Mas aquelas panicats aplicam alguma coisa…
Amanda: Aplicam! Eu fui na festa da Mulher Melão e elas me ensinaram. Custa 15 mil reais o bumbum da Juju. Sei de tudo.
Maria Cândida: Então se eu pagar 15 mil reais eu vou ficar com o bumbum igual ao dela? Ah, ta bom! Me engana que eu gosto.
Emílio: Mas é sério, dizem que tem uma…
Silveirinha: É botox com silicone.
Emílio: Não é botox com silicone.
Carioca: Eu acho um absurdo…
Maria Cândida: Você acha um absurdo, mas quando você uma mulher de biquíni uma mulher cheia de celulites, você fala “ai que horror”.
Carioca: Não, meu amor, quando eu olho a pessoa, ela pode ter celulite, não ter celulite, mas, para mim, o importante é a pessoa.
MULHERES NA ÁFRICA DO SUL
Emílio: Agora, Maria Cândida, o seu livro, “Mulheres que Brilham”, traz a história de 50 mulheres que fazem a diferença. E você viajou pelo mundo todo colhendo histórias para esse livro…
Bola: Eu tenho uma pergunta. Já que você viajou tanto assim, mulher é tudo igual no mundo inteiro?
Maria Cândida: De jeito nenhum. Algumas características nós podemos falara que são semelhantes. Mas de jeito nenhum são todas iguais. Nossa, nunca! As mulheres da África do Sul, por exemplo, elas sofreram muito com a violência doméstica…
Bola: Aquele negócio de Apartheid e não sei o quê…
Maria Cândida: Exatamente. Então, na África em si, ainda existe nos homens aquela coisa tribal, do homem exercer a força. E, na África do Sul, o homem acha que domina a mulher e a domina na força. Então, várias separações ocorrem em função disso. Inclusive namorados. A menina, por exemplo, não quer transar, então o cara, às vezes, estupra a menina, porque ela é obrigada. E essa é uma característica que eu vi muito grande na África do Sul.
Emílio: Uma vez em vi em um documentário que mostrou um absurdo que acontece na África do Sul. Enquanto o homem fica sentado e conversando com os amigos, a mulher vai e ela planta, ela colhe, ela cozinha e cuida de tudo. Eles são complicados.
Maria Cândida: É assim em muitas tribos na África do Sul. Então lá, na África do Sul, existe um tipo de mulher que está buscando sua independência e já está em um nível bom. Até arrisco a falar que em breve teremos uma presente mulher naquele país. Porque as mulheres estão querendo seu espaço e lutando contra essa agressividade e essa força masculina.
MULHER CONTEMPORÂNEA
Emílio: Mas você não acha que os homens vão acabar perdendo o domínio mundial da “bagaça”? Porque é o seguinte, eu acho que o homem e a mulher são dois seres completamente distintos.
Maria Cândida: Também acho.
Emílio: E eu acho que as mulheres são muito superiores aos homens. Eu acho que as mulheres querem dominar o mundo e ter-nos como coadjuvantes. Só para ir lá e dar um “peguinha”. E se bobear, se a mulher arranjar um jeito de ter filho e só ter mulher, elas vão ser muito mais felizes. Aí elas vão dominar o mundo e vai ser um mundo só de mulheres.
Maria Cândida: Mas não é assim. Por exemplo, você vai para alguns países latinos. No México, no Peru, muitas mulheres sustentam os seus homens. Muitos bebem, muitos são desempregados, e eu vi muito isso. Então, o modelo da mulher contemporânea é o seguinte: o trabalho é fundamental, a mulher tem que trabalhar, porque para a mulher o trabalho e o dinheiro fazem com que ela se sinta poderosa, faz com que ela se sinta um indivíduo, uma cidadã. Então, a mulher que vive do dinheiro alheio não se sente uma cidadã, porque ela faz tudo o que alguém que a sustente pede para ela fazer. Mas tem uma coisa, ela tem que trabalhar para se sentir feliz, para que ela esteja bem com ela. E a outra coisa é a vida dela familiar. Então, acho que juntando tudo isso, é a mulher contemporânea.