O maquinista do trem que descarrilou em Santiago de Compostela, na Espanha, estava falando ao telefone com funcionários da companhia ferroviária Renfe no momento do acidente e o veículo estava a 192 km/h pouco antes de tombar na linha, informaram nesta terça-feira (30) fontes judiciais.
O Tribunal Superior de Justiça da Galícia disse que as informações foram reveladas pelas caixas-pretas do trem. O acidente deixou 79 mortos e mais de 150 feridos.
Segundos antes do acidente, o freio foi ativado, por isso estima-se que no momento do descarrilamento o trem estava a 153 km/h, de acordo com dados provisórios.
Segundo as informações recuperadas das caixas-pretas do trem, nos minutos prévios ao descarrilamento, o motorista recebeu uma chamada da empresa para qual trabalha sobre indicações da rota rumo à cidade de Ferrol, final do trajeto do trem que tinha partido de Madri.
Pelo conteúdo da conversa e pelo barulho ao fundo, “parece que o maquinista consulta um plano ou algum documento similar”, assinala o Tribunal Superior em comunicado.
O esvaziamento de dados das caixas-pretas do trem que descarrilou em 24 de julho em Santiago de Compostela, capital da região da Galícia, foi concluído após cinco horas de trabalho.
O titular do Juizado de Instrução número 3 de Santiago de Compostela, Luis Aláez, ordenou a realização de cópias de segurança do conteúdo das caixas, informaram à “Agência Efe” fontes próximas à investigação.
Foram extraídos tanto dados técnicos como de voz, e também foi realizada uma transcrição das conversas em tempo real, assinalaram as mesmas fontes consultadas.
Em um primeiro momento, o juiz se reuniu com responsáveis da polícia científica para definir os passos a seguir para recuperar as informação das caixas-pretas.
Depois, o titular do Juizado , a secretária judicial e o promotor se reuniram com a polícia científica, judicial, técnicos da Renfe e da empresa que gere as linhas Adif, e técnicos da Comissão de Investigação do Ministério de Fomento para analisar a forma como seriam extraídas as informações e para comprovar que todas as partes estavam de acordo.
Os vagões e as máquinas estão sob custódia da polícia em um local que fica cerca de vinte quilômetros de Santiago de Compostela.
Até o fim das investigações, os vagões não serão retirados e ainda há possibilidade de contar com cachorros para realizar a última inspeção dos restos”.