Setor de alimentação do Zoológico de São Paulo
Créditos: Gabriel Quintão
Se você já foi ao Zoológico de São Paulo, sabe que o lugar é gigante. São vários caminhos e trilhas menores que dão acesso a vários tipos de jaulas e recintos com um montão de bichos bonitões. Dá para andar o dia todo, ficar cansado e não ver tudo.
Aproximadamente 3200 animais dividem os espaços do parque e do anexo Zoo Safári, que fica coladinho. E a bicharada come muito: 90 toneladas por mês. Já pensou como é alimentar tudo isso?
Para descobrir como essa mágica é feita, fizemos uma visita especial à área onde são preparadas as refeições e manipulação de alimentos, e acabamos descobrindo coisas bem interessantes.
Tudo lá é muito limpo, e simples. O galpão retangular [tem outros anexos também] é claramente dividido em setores com a missão de alimentar cada ave, réptil, mamífero e anfíbio de lá. Durante a visita, notamos que as mesas estavam rodeadas por caixas e mais caixas de frutas e verduras cuidadosamente separadas em tigelas e bandejas com a identificação (ou a espécie) dos animais.
Há uma lista com o nome de todos eles, e a “receita” do que eles precisam comer em cada uma das mesas. É um trabalho de formiguinha mesmo, que resulta em um cardápio caprichado. Tudo é cuidadosamente pesado e separado na quantidade certa para que a dieta tenha resultado.
As carnes são separadas em uma mesa separada para evitar contaminação. Ali tem todos os tipos de fontes de proteína — cortes especiais, como coração de boi, frangos inteiros ou em pedaços, e peixes bem cortadinhos ou ainda intactos. As diferentes rações, verduras e frutas frescas são separadas nas outras mesas.
A primeira coisa que aprendemos é que não tem essa de “hora do almoço” ou “hora do jantar”. “As refeições são feitas de acordo com a fisiologia de cada animal. Começa bem cedinho; às 8 já tem bicho sendo alimentado pelos tratadores”, explicou o zootécnico Gabriel Rodrigues Werneck.
Alguns animais dão mais trabalho. É o caso do tamanduá bandeira e do tamanduá mirim. Na natureza, a dieta desses carinhas tem 50% de proteína. Em cativeiro, é difícil de reproduzir.
“A dieta mais difícil de preparar, pensando em requerimentos nutricionais, é a do tamanduá. Em vida livre, ele se alimenta de cupins e formigas. Em cativeiro, é preparada uma dieta à base de banana, carne, leite e ovos”
“É tudo batido e a coisa fica numa consistência de uma vitamina. Ainda assim, estamos investindo em pesquisas para conseguir uma dieta tão rica em proteínas”, continuou.
Os mais comilões são os grandes herbívoros. A girafa é a grande campeã. “Uma girafa chega a consumir 100 quilos de volumoso, fora os 4,5 quilos de concentrado [uma ração especial preparada em uma fábrica dentro do parque]. O hipopótamo também consome bastante, mas a girafa realmente se destaca”, explicou Gabriel.
Em contra partida, os pequenos mamíferos são os que comem menos. O mico leão, por exemplo, ingere 30 gramas de alimento por dia. “O mico leão é onívoro, então pode consumir carne, ovos, frutas e verduras”, contou Gabriel, exibindo uma tigela pequenininha com alguns pedacinhos de banana, mamão, maça e beterraba.
De todo o alimento servido diariamente, 50% é ração — feita na fábrica ali mesmo, com milho e outros substratos vindos de uma fazenda administrada pelo Zoo — e o restante é de carnes, volumosos [folhas verdes], verduras e frutas.
Os grandes felinos são os que consomem mais carne, mas tem até animal que é tratado à base de camarão. “Os grandes felinos e os pequenos são alimentados com carnes variadas, eles chegam a ingerir até 12 quilos por dia. O cardápio varia durante a semana: carne bovina (dianteiro com osso, músculo e coração), frango (inteiro, peito e coração), pernil suíno com osso e peixes (tilápia, corvina e camarão)”, explicou.
Os alimentos servidos aos bichos poderiam sair do galpão do Setor de Alimentação e ir direto para a cozinha de um restaurante. “Todos os alimentos aqui são de uma qualidade para consumo humano. As frutas e verduras são compradas no Ceagesp e as carnes são todas inspecionadas”, garantiu.
É um trabalhão que vale ouro, e ajuda a manter a saúde da bicharada em ordem.
SERVIÇO
Zoológico de São Paulo
Avenida Miguel Estefano, 4241
Água Funda – São Paulo – SP – CEP 04301-905
Fone: (11) 5073-0811
Ingressos
Adultos ou crianças acima de 12 anos – R$ 25,00
Crianças de 6 a 12 anos – R$ 10,00
Crianças até 5 anos – Gratuito
Pessoas com deficiências – Gratuito
Idosos (a partir de 60 anos) e estudantes portando documento de identificação estudantil vigente – R$ 10,00 (meia entrada)
Professores da Rede Pública Estadual e das Redes Municipais de Ensino do Estado de São Paulo – R$ 10,00 (meia entrada)