Ativistas ucranianas são presas fazendo topless em protesto
Membros do FEMEN, um grupo de feministas ucranianas, foram presas essa terça-feira (09) em Kiev, durante um protesto contra a perseguição de ativistas do movimento anti-Putin da Ucrânia. As manifestantes ficaram com os peitos à mostra, onde podiam ser lidas mensagens contra a polícia e contra Putin.
A rápida ação dos policiais, levando as manifestantes para o camburão, pode ser vista no vídeo abaixo, do canal da FEMEN no Vimeo.
Segundo informações do FEMEN, a líder do movimento Anna Gutsol e outras participantes foram detidas por desobediência civil e desacato à autoridade. O advogado do grupo, Denis Ovcharov, disse que algumas militantes não tiveram o paradeiro revelado até muitas horas depois das prisões. Elas não puderam se comunicar com o advogado nem receber agasalho durante o rigoroso inverno do leste europeu. Ovcharov afirmou que vai recorrer às acusações.
O grupo foi um dos mais ativos nas manifestações contra a visita do premiê Vladimir Putin ao país em outubro. Gutsol teria sido detida e acusada de violar leis sobre o direito de manifestação, mas foi liberada em seguida e sua detenção foi tida como arbitrária. Mesmo assim, nas semanas seguintes, a polícia ucraniana pediu a extradição de Gutsol e a lista com endereços de outras membros do movimento.
Mesmo depois de algumas ativistas passarem a noite na delegacia, as meninas do FEMEN fizeram outra manifestação na manhã dessa quinta (11). Durante uma conferência de cultura iraniana, elas repetiram o topless em protesto contra a sentença de execução por apedrejamento de uma mulher iraniana Sakineh Mohammadi-Ashtiani, acusada de adultério e assassinato.
Curioso é o governo ucraniano, aliado de Putin, acusar as meninas do FEMEN de atentado ao pudor, quando universitárias fazem fotos sensuais para presentear o premiê russo…
O Virgula acha que:
Se por um lado a exibição do corpo pode parecer uma banalização, a tática pode ter alguns bons efeitos. Além de chamar a atenção de marmanjos alienados que não se interessariam pelos temas dos protestos, as meninas do FEMEN provam que lugar de mulher é na política. E não é só para aquelas mulheres masculinizadas que viraram o estereótipo, as garotas femininas e delicadas têm opinião e podem lutar por ela.
E você aí achando que fazer política era só voltar para sua escola de quatro em quatro anos e digitar meia dúzia de números.