A Jovem Pan teve acesso à carta deixada pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira, que invadiu uma escola municipal, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro. Onze alunos, de 12 a 14 anos, morreram. O atirador se matou em seguida.

Na carta, Wellington afirma que os “impuros” não poderão tocar seu corpo sem luvas. Em outro trecho, afirma ter deixado uma casa no bairro de Sepetiba, na zona oeste, e que gostaria que o imóvel fosse doado para uma instituição protetora de
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animais.

O texto, truncado e bastante confuso, assinado pelo atirador, dá indícios de premeditação do crime e perturbação mental. Leia a carta na íntegra:

“Primeiramente deverão saber que os impuros não poderão me tocar sem usar luvas, somente os castos ou os que perderam suas castidades após o casamento e não se envolveram em adultério poderão me tocar sem usar luvas, ou seja, nenhum fornicador ou adúltero poderá ter contato direto comigo, nem nada que seja impuro poderá tocar em meu sangue, nenhum impuro pode ter contato direto com um virgem sem sua permissão, os que cuidarem do meu sepultamento deverão retirar toda a minha vestimenta, me banhar, me secar e me envolver totalmente despido em um lençol branco que está nesse prédio em uma bolsa que deixei na primeira sala do primeiro andar após me envolverem neste lençol poderão me colocar em meu caixão. Se possível quero, ser sepultado ao lado da sepultura onde minha mãe dorme, minha mãe se chama Dicéa Menezes de Oliveira que está sepultada no cemitério de Murundu. Preciso da visita de um fiel seguidor de Deus em minha sepultura pelo menos uma vez, preciso que ele ore diante da minha sepultura pedindo perdão de Deus pelo que eu fiz rogando para que na sua vinda Jesus me desperte do sono da morte para a vida eterna.

Deixei uma casa em Sepetiba da qual nenhum familiar precisa, existem instituições pobres, financiadas por pessoas generosas que cuidam de animais abandonados, eu quero que esse espaço aonde eu passei meus últimos meses seja doado a uma destas instituições pois os animais são seres muito desprezados e precisam muito mais do que proteção e carinho do que os seres humanos que possuem a vantagem de poder se comunicar, trabalhar para se sustentar, os animais não podem pedir comida ou trabalharem para se alimentarem, por isso, os esqueci apropriarem da minha casa, peço por favor que tenham bom senso e cumpram o meu pedido, pois cumprindo o meu pedido automaticamente os terão cumprindo a vontade dos pais que desejavam passar este imóvel para o meu nome e todos sabem disso, senão cumprirem o meu pedido, automaticamente estarão desrespeitando a vontade dos pais, o que prova que vocês não têm nenhuma consideração pelos nossos pais que já dormem eu acredito que todos vocês tenham alguma consideração pelos nossos pais, provem isso fazendo o que pedi”.


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Leia na íntegra carta deixada por atirador do Rio

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