Sem chá, cookies ou bolinhos de chuva. Como esperado o prefeito Gilberto Kassab não recebeu os manifestantes contra o aumento do ônibus que bateram à sua porta às 17h30 desta quinta (10). Portanto, a negociação que o movimento pedia tampouco aconteceu, o que resultou na queima de um boneco de Kassab.

Depois de se reunirem na frente do Shopping Iguatemi, na Av. Faria Lima, os 150 manifestantes – números do Major Marcelo Nagy – abriram suas faixas e impediram a vista de vitrines como a da joalheria hollywoodianamente famosa Tiffany’s.

Então os estudantes, integrantes do Movimento Passe Livre e da Frente Contra ao Aumento, e populares que se juntaram ao ato, começaram a caminhada. Encostado atrás do shopping center, na Rua Angelina Maffei Vita – com uma bela vista para o Clube Pinheiros – chegaram ao condomínio em que mora Kassab.

Mas ele não estava lá. Uma assessora de imprensa que acompanhava o ato informou que ele só volta da França no final de semana. Deu impressão de que ele não gosta muito do carnaval paulistano.

Mas isso não é um problema para a luta contra o aumento. Representantes brasileiros que vivem na Europa receberam o prefeito com toda a pompa e circunstância em Paris. E alegaram que o protesto de hoje seria para mostrar à população que Kassab é o único que pode reverter o aumento.

Giberto Kassab é recebido em Paris sob protestos contra o aumento

Giberto Kassab é recebido em Paris sob protestos contra o aumento

Depois de queimar com querosene um boneco com o rosto de Kassab, os manifestantes deixaram o local, mas antes decoraram toda a fachada do prédio com cartazes e frases contra o aumento.

Seguiram cantando e dançando as tradicionais músicas do movimento pela Faria Lima até a esquina com a Rebouças, onde causaram mais alguns kms de congestionamento, na tentativa de chamar a atenção de motoristas e passageiros para a questão do transporte público.

Mas o bloqueio durou poucos minutos, já que os manifestantes preferiram ocupar os pontos de ônibus e segurar as portas traseiras permitindo que os passageiros deixassem de pagar a tarifa de hoje. Como o aparato policial era muito grande – em certo ponto chegou a 40 policiais, entre Força Tática, Rocam, CPTran – muitos passageiros se assustaram e preferiram pagar a tarifa como aumento.

Fica prometida mais uma grande manifestação na região central na quinta-feira (17). Com concentração às 17h na Praça Ramos, em Frente ao Teatro Municipal, o Nono Ato Contra o Aumento continua no centro a luta que acontece na periferia, como é o caso do M’Boi Mirim.

A passagem de São Paulo é a mais cara do Brasil. Em janeiro deste ano, a aumento fez a tarifa subir de R$2,70 para R$3,00, três vezes mais que a inflação do ano.


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Kassab não recebe manifestantes e acaba queimado com querosene