As autoridades da província japonesa de Fukushima, afetada desde março pelos efeitos do acidente nuclear da usina Daiichi, detectaram elevados níveis de césio radioativo nas plantações de arroz de cinco fazendas da região, informa neste sábado a rede de televisão pública “NHK”.
As análises foram realizadas após as autoridades proibirem, na semana passada, a distribuição de arroz em toda a província, ao se detectar uma porção de arroz contaminada com césio radioativo no distrito de Oonami, a 56 quilômetros da usina nuclear danificada pelo terremoto seguido de tsunami que atingiu o nordeste do Japão em março.
As últimas amostras contaminadas também procedem de Oonami e chegaram a revelar um nível de até 1.270 becquerels de césio radioativo por quilo, muito acima do limite máximo de 500 becquerels por quilo estabelecido pelo governo japonês.
Em meio à preocupação com a contaminação, as autoridades de Fukushima vêm realizando nos últimos dias análises sobre o arroz das 154 fazendas agrícolas que se encontram nessa região.
Os testes são acompanhados com atenção pela população do Japão, onde o arroz faz parte da base da dieta nacional, com um consumo per capita de 85 quilos em 2009, segundo os dados mais recentes do Ministério da Agricultura.
O acidente no complexo nuclear de Fukushima forçou a remoção de mais de 80 mil pessoas em um raio de 20 quilômetros da usina devido à radioatividade, que causou também graves impactos à indústria agrícola, criação de gado e pesca da região.
Em julho passado, o governo japonês vetou o comércio de carne bovina de Fukushima e outras duas províncias ao se detectar níveis excessivos de césio radioativo em algumas amostras. Mas, no final de agosto, suspendeu a interdição por considerar que tinham sido tomadas medidas adequadas para proteger o gado da contaminação.